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A transexual Fernanda Ramos (foto maior), rainha da bateria Garra da Águia da escola de samba Acadêmicos da Realeza, no ensaio da última quinta-feira. "Prometo beleza, samba no pé e carisma", diz ela | Jader da Rocha
A transexual Fernanda Ramos (foto maior), rainha da bateria Garra da Águia da escola de samba Acadêmicos da Realeza, no ensaio da última quinta-feira. "Prometo beleza, samba no pé e carisma", diz ela| Foto: Jader da Rocha
  • A 1ª Princesa do Carnaval de Curitiba, Paula Carolina Galvão, no mesmo ensaio, sambando ao lado de Fernanda e demais passistas

Não é de hoje que o Carnaval de Curitiba suscita polêmica. Afinal, temos ou não temos Carnaval? Independentemente das opiniões de ambos os lados, o Carnaval de Curitiba não será mais o mesmo a partir deste ano. É que pela primeira vez na história do samba das araucárias – ao que se saiba – uma rainha de bateria de uma das principais escolas de samba da cidade na verdade é "rei". Trata-se da transexual Fernanda Ramos, de 27 anos, formada em design de moda.

Samba no pé e algo mais 2

A escolha de Fernanda causou reações nas passistas da Acadêmicos da Realeza, vice-campeã do Carnaval de 2014, segundo sua presidente, Andressa Cachilé. Principalmente nas mais antigas. "Algumas saíram, mas depois voltaram", disse ela. Fernanda foi escolhida para o cobiçado posto por Mestre Márcio Brinco, seu padrinho. Andressa diz que a rainha é aplicada e mostrou que tem samba no pé para liderar a Garra da Águia.

Samba no pé e algo mais 3

Natural de Cambará, Fernanda entrou para a Acadêmicos da Realeza em 2011. Nos dois anos seguintes, foi eleita musa da harmonia até ser alçada à realeza do samba. "O fato de eu ser transexual não muda em nada. Muitos nem saberão", disse à coluna, por telefone, na sexta-feira. Ela admite que houve resistências dentro da escola, mas que ninguém lhe disse nada pessoalmente. "É um posto muito cobiçado. Além da inveja, tem muito preconceito", acrescentou. Fernanda disse ser transexual desde que nasceu, mas se recusou a revelar se realizou a cirurgia para mudança de sexo e seu nome de batismo. Foi o único momento em que a rainha carnavalesca quase perdeu a majestade.

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