Após receber a excelente notícia de que o México, maior consumidor de ovos do mundo (378 unidades per capita por ano) autorizou a importação de ovos do Brasil, o setor recebeu, na semana em que comemorou o Dia do Ovo, em 09 de outubro, mais uma boa nova. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita nacional deve alcançar neste ano 250 unidades, número 8,5% maior em relação ao ano passado. Em 2010, este índice era de 148 unidades.
Ao longo da última década o brasileiro mudou seus hábitos alimentares e o ovo foi um dos protagonistas dessa nova fase. Tudo graças à preocupação com a saudabilidade dos alimentos e com o aumento e transparência das informações que os cidadãos passaram a ter sobre as qualidades do ovo.
“Atualmente, graças ao empenho setorial por meio de instituições como o Instituto Ovos Brasil (IOB), as entidades estaduais, órgãos de saúde e nutrição e outros, é de conhecimento público que o ovo é um alimento completo, recomendável a todas às faixas etárias. Essa ampla divulgação de atributos, após pesquisas que comprovaram a sua eficácia alimentar, impulsionaram o consumo e fizeram justiça a um alimento que é acessível e extremamente seguro”, disse Ricardo Santin, presidente da ABPA e do IOB.
O ovo produzido no Brasil é, predominantemente, consumido no mercado interno. A produção se concentra nas regiões Sul e Sudeste, e uma parte no Centro-Oeste, o que reforça a importância logística entre os estados e os portos locais.
Das 53 bilhões de unidades que deverão ser produzidas este ano (quase 1,3 mil ovos por segundo), menos de 1% ganha o mercado internacional. Com a entrada do México, que só em 2019 importou 20 mil toneladas, no mercado brasileiro, o percentual aumentará um pouco. Mas nada que mude o cenário de manutenção do que é produzido em território nacional.
“O ovo exerce um papel estratégico na segurança alimentar e saúde pública do Brasil. É um alimento que marca presença nas mesas das famílias das diversas classes sociais”, analisou Santin.
Ajuda para a produção
Para manter o produto forte economicamente, uma vez que está sujeito às altas de custos de produção, o que ocorre hoje em dia com o milho e a soja e afeta os ovos, os produtores solicitaram ao Governo Federal, por meio da Câmara de Comercio Exterior (CAMEX), a suspensão temporária da Tarifa de Exportação Comum (TEC) para a importação de milho e de soja provenientes de nações externas ao Mercosul.
“Nossos insumos principais ainda são o milho e a soja do Brasil. Mas em tempos de forte exportação de grãos, como os atuais, precisamos de opções. É uma questão de segurança alimentar e controle inflacionário. Se nossos fornecedores têm as portas abertas para o exterior, é justo que tenhamos a mesma oportunidade. Em 2016, ano com as altas históricas dos grãos, houve a suspensão da TEC para o milho, além da intensificação de venda balcão para os produtores. Precisamos novamente da medida, já que os preços dos insumos estão se aproximando dos índices de quatro anos atrás”, afirmou o presidente da ABPA e do IOB.
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