O ex-ministro da Agricultura no primeiro governo do presidente Lula, Roberto Rodrigues, defendeu nesta segunda-feira (05) uma dobradinha entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Tereza Cristina (PP) na próxima corrida eleitoral para a Presidência da República, em 2026.
Rodrigues sugeriu os nomes do governador de São Paulo e da senadora sul-matogrossense ao ser perguntado sobre o quadro político-eleitoral para os próximos dois anos em um painel do Congresso Brasileiro do Agronegócio, que acontece na cidade de São Paulo.
“Como agricultor, sou um cara de fé. Um cara que põe a semente no chão e acredita que vai ter calor e umidade suficiente para ela germinar. Que nenhuma geada vai matar, nenhum besouro vai comer, que vai pagar o governo e vai pagar banco. Eu sou um homem de fé, e como tal, acho que há possibilidade de uma ação integrada com várias alternativas de liderança. Mas eu imagino uma chapa que eu chamo TT: Tarcísio e Tereza Cristian, uma p*** chapa para ganhar a eleição”, afirmou.
Ministro da Agricultura de 2003 a 2006, Rodrigues destacou que, apesar da resistência petista, conseguiu à época implementar políticas modernizantes no agronegócio brasileiro.
Confrontado com a persistência desse “ranço ideológico”, Rodrigues respondeu: “Você me colocou em uma sinuca de bico, mas vou sair por três tabelas. Com o apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária, fiz a lei dos transgênicos. O PT era contra. Criei o Biodiesel, contra o partido. Fiz a lei do seguro rural e o partido não gostava disso. Criei os títulos do agronegócio, reformei a Embrapa e a Conab. Fiz temas que o presidente da República aceitou, muitas vezes contra o partido. Pergunto: E hoje?”, disse Rodrigues, deixando o questionamento no ar.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não estava mais no auditório do congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) quando Rodrigues o "pré-lançou" à Presidência. Pela manhã, tanto Tarcísio como Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, participaram da abertura do evento e reafirmaram tolerância zero com invasões de terra.
“É um absurdo a esta altura estarmos discutindo segurança jurídica. Não existe progresso sem ordem, como está em nossa bandeira”, disse Tarcísio. Eduardo Leite, por seu lado, afirmou que o Rio Grande do Sul tem “um olhar atento e dedicado” da polícia e do serviço de inteligência para evitar invasões. “Eu converso com os movimentos sociais, e deixo claro para eles que nenhuma violação ao direito de propriedade será tolerado”, assegurou.
*O jornalista viajou a SP a convite da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
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