O Grupo PSA, que reúne a Peugeot e a Citroën, lançará 16 novidades na América Latina até 2021. O pacote integra a estratégia da parceria francesa de aumentar o volume de vendas na região em 70% em três anos - meta que teve início no ano passado.
Boa parte dos novos carros será comercializada e produzida também no Brasil. E caberá à atualização do 2008 a tarefa de estrear a nova fase da empresa. O crossover começa a ser feito na fábrica de Porto Real (RJ) com a nova identidade visual da Peugeot, marcada pelo formato dos faróis e da grande dianteira.
Ele chegará às lojas entre maio e junho, exibindo o mesmo estilo frontal já visto nos SUVs 3008 e 5008. A grade está mais destacada, com a divisória interna pontilhada, e não mais formada por barras horizontais.
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O logotipo da marca também foi reposicionado, ocupando agora o centro da grade. O capô está mais curto e há um novo desenho do para-choques, com destaque para o nicho que abriga os faróis de neblina.
Na traseira, a novidade se limita a um aplique na parte inferior do para-choque, integrado aos refletores. A Peugeot ainda não divulgou imagens internas do 2008 atualizado, mas flagras de testes nas imediações de Porto Real revelaram que o painel e quadro de instrumentos praticamente não mudam.
De novidade, provavelmente a atualização da central multimídia e algumas tecnologias emprestadas do primo Citroën C4 Cactus.
O preço ainda não foi divulgado, mas não deve ser muito descolado da tabela atual. Ela começa em R$ 69.990 para o 2008 Allure Business (1.6 automático) e bate no R$ 88.990 do Griffe (1.6 turbo, manual).
1.6 turbo com câmbio automático
As duas motorizações também serão mantidas: a versão 1.6 aspirada, de 118 cv, associada ao câmbio manual de cinco ou automático de seis marchas.
E a 1.6 THP turboflex, de 173 cv e 24,3 kgfm, que, finalmente, passará a ser gerenciado pela caixa automática de seis posições.
Atualmente a versão topo de linha é oferecida apenas com a transmissão manual. Isso justificaria a baixa procura nas lojas por esta opção, já que o carro tem bons predicados, como espaço, boa dirigibilidade e o premiadíssimo motor turbo, desenvolvido pela BMW.
A média mensal de licenciamentos do 2008 é de 500 unidades, superando apenas a do Caoa Chery Tiggo 5X. Com o 1.6 THP automático, o preço deve se aproximar do R$ 99 mil cobrados pelo C4 Cactus 1.6 THP.
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Segundo a Peugeot, somente no Brasil o 2008 é equipado com o 1.6 THP - na Europa ele usa o 1.2 THP três cilindros, que rende 130 cv e 25,0 kgfm de torque.
Assim, conforme a marca, por uma questão industrial e de custos operacionais não era possível adaptar o câmbio automático de seis velocidades (presente na versão aspirada) ao propulsor THP no 2008.
Uma solução seria trazer o 1.2 THP da eficiente família Puretech. Apesar da menor potência, ele oferece um pouco mais de torque que o 1.6 THP, resultando em força extra em baixas e médias rotações.
Teria ainda maior facilidade para cumprir a exigência de mais 11% de média na redução de poluentes, prevista pelo novo regime automotivo Rota 2030 para os próximos cinco anos.
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Papel importante nas vendas
O 2008 renovado integra o plano de crescimento rentável 'Push to pass' ('Empurre e passe', na tradução literal), que chega à sua segunda etapa - de 2019 a 2021. O crossover terá um papel fundamental para o intermédio das vendas, de acordo com a Peugeot.
"O 2008 se encaixa em nossa forte ofensiva mundial e regional em SUVs, e será um componente fundamental para a marca Peugeot continuar competindo com excelentes produtos neste segmento.”
Patrice Lucas, presidente Brasil e América Latina do Grupo PSA.
O projeto "novo 2008" teve investimentos de R$ 30 milhões na fábrica de Porto Real e também se beneficiou dos cerca de R$ 580 milhões injetados por ocasião do lançamento do C4 Cactus.
A unidade fluminense recebeu novas tecnologias, como o sistema de medição a laser da carroceria.
No local também são produzidos o 208, além do C4 Cactus, Aircross e C3, da Citroën.
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Desafio contrasta com realidade
A meta estipulada de salto nas vendas pelo Grupo PSA é bastante audaciosa. Afinal, dois dos principais mercados para a aliança não apresentam um cenário atual propício para grandes avanços nas lojas.
O Brasil, que ainda se recupera da forte crise econômica, não tem sido muito favorável para a Peugeot-Citroën no volume de emplacamentos.
Pelos números da Fenabrave (federação que reúne os concessionários do país), ambas retrocederam nos dois últimos anos, enquanto que a maioria das marcas mostrou resultados positivos.
A Peugeot caiu de 26.855 de unidades licenciadas em 2017 para 23.674 em 2018 - um queda de 12%. A redução da Citroën foi um pouco menor, de 22.556 para 20.336, ou 10%. Já a média de emplacamentos do mercado cresceu 13,7% no mesmo período.
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Já a Argentina é o mercado mais importante da PSA na América Latina. Mas a forte crise interna impactou no desempenho em 2018.
A Peugeot fechou na sétima colocação do ranking das marcas (61.168 exemplares vendidos), enquanto a Citroën (27.604) apareceu logo a seguir, em oitavo.
E horizonte não mostra um futuro animador no país vizinho. As vendas no início de 2019 caíram pela metade comparadas ao mesmo período do ano passado.
A projeção é fechar os 12 meses entre 600 e 650 mil veículos emplacados, bem abaixo dos 802 mil de 2108).
Outros lançamentos
A lista de novidades irá incluir produtos construídos sobre a plataforma CMP (Common Modular Platform), a mesma que deu origem à nova geração do 208, revelado recentemente no Salão de Genebra. Os modelos atuais feitos em Porto Real utilizam a arquitetura PF1.
A nova base começaria sua trajetória latino-americana neste ano na fábrica de El Palomar, na Argentina, e depois migraria para o Brasil.
Além do 208, daria vida também às novas gerações do próprio 2008, C3, C3 Aircross e C4 Lounge e a outros produtos inéditos: uma picape média da Peugeot e um crossover compacto derivado do C3, abaixo do C4 Cactus.
Cogita-se ainda a volta da DS ao país, com o DS 3 Crossback, DS 7 Crossback e talvez um terceiro modelo.
Nessa relação estão ainda as novas gerações das vans Boxer e Jumper, e das multivans Partner e Berlingo.
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