Depois de ser uma das estrelas da Chevrolet no Salão de São Paulo, em novembro passado, o renovado Tracker começa a escrever uma nova trajetória do modelo no Brasil. A marca anuncia os preços e decide manter os mesmos praticados pela linha anterior.
O SUV já está nas lojas por R$ 79.990 na versão de entrada LT e bate em R$ 92.990 na LTZ, já com os opcionais airbags laterais e de cortina – sem eles, sai por R$ 89.990.
A intenção da montadora é fisgar o consumidor pelo custo-benefício, apresentando um pacote de equipamentos com itens não disponíveis nos rivais, principalmente na sua configuração topo de linha.
Entre os itens de segurança, por exemplo, estão o alerta de ponto cego e a câmera de ré com alerta de movimentação traseira, úteis no uso urbano e que vieram emprestados da nova Trailblazer.
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O Jeep Renegade Limited, a versão mais cara com motor flex (1.8, de 139 cv e 19,3 kgfm), que custa R$ 97.990, também possui o alerta de ponto cego, no entanto, apenas como opcional, o que o encarecia em mais R$ 4.900. Já o alerta de movimentação traseira é exclusivo do Chevrolet.
O teto solar de série no Tracker LTZ é outro item só disponível no Renegade e comprado à parte, por R$ 6.800.
Ainda considerando a configuração mais completa do SUV, os equivalentes na concorrência mais moderna têm preços superiores: o Honda HR-V EXL é tabelado em R$ 101.400, enquanto que o Hyundai Creta Prestige, que ainda chegará às lojas, será vendido a R$ 99.490 na versão topo de linha com motor 2.0 (de 166 cv e 20,5 kgfm).
Por outro lado, o Tracker peca por não trazer os controles de estabilidade de tração, importantes dispositivos de segurança presentes nos três rivais citados.
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Itens inéditos no Tracker
Alerta de ponto cego: auxilia o motorista em mudanças de faixa. Uma luz acende no retrovisor externo atentando da presença ou da aproximação de um outro veículo em tráfego lateral.
Alerta de movimentação traseira: ajuda nas manobras de marcha a ré, como nas de saída de garagem, quando a visibilidade é limitada. Sensores são capazes de detectar a aproximação de veículos vindos na perpendicular e avisar o condutor.
Moto 1.4 turbo: economia e rendimento
A dianteira do Tracker é uma das mudanças mais marcantes. Destaque para a linha de leds sob o projetor dos faróis e a entrada de ar estilo ‘bocão’. Atrás, as lanternas têm novas lentes e iluminação em led. As rodas aro 18 (LTZ) acompanham a carroceria mais musculosa do carro, repleta de vincos.
Da nova geração Cruze veio um dos trunfos do Tracker: a presença do motor 1.4 turbo, de 153 cv e 24,4 kgfm, que substitui o 1.8, de 144 cv e 18,9 kgfm.
A troca deu um salto de rendimento. Agora 90% do torque estão disponíveis logo aos 1.500 giros, o que garantem uma aceleração 0 a 100 km em 9,4 segundos – ou 2 segundos mais rápido que o antecessor. A velocidade máxima alcança 198 km/h.
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Certamente veremos por aí peças publicitárias dizendo que é o único utilitário compacto a oferecer a propulsão flex sobrealimentada associada a um câmbio automático – no caso o de seis marchas, também vindo do hatch/sedã.
Vale ressaltar que o Peugeot 2008 1.6 THP é bicombustível também, mas a transmissão é manual. O Suzuki Vitara, por sua vez, tem o motor 1.4 turbo, só que bebe apenas gasolina.
Consumo nota A do Inmetro
A eficiência energética é a palavra de ordem que impera nas montadoras. Menos consumo, sem perder ou até melhorar o desempenho. A Chevrolet seguiu essa cartilha e tratou de rechear o Tracker com componentes que auxiliam na busca desta equação.
Além do motor com conceito downsizing (extrai mais potência de motores menores), de injeção direta de combustível e comando variável de válvulas, o carro passou a oferecer direção elétrica de série e tecnologia start-stop, que desliga o propulsor em rápidas paradas no trânsito.
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A combinação lhe rendeu nota A no programa de avaliação do Inmetro. Obteve média de consumo de 7,3/ 10,6 km/l cidade e 8,2/ 11,7 km/h na estrada (etanol/gasolina). Pode parecer um pouco beberrão, porém entre os ‘pesados’ utilitários, valeu classificação máxima de eficiência.
Mais conforto a bordo
Por dentro, o novo Tracker também evoluiu para conquistar os clientes até então desinteressados pelo carro. Acabamento novo e mais refinado, com partes emborrachadas, e a melhora de 11% no isolamento acústico melhoraram a vida a bordo. A forração das portas manteve o plástico duro, mas agora estão mais agradáveis ao toque e aos olhos.
O painel de instrumentos perdeu o velocímetro digital com aspecto de videogame, vindo do Agile, e ganhou um cluster mais sóbrio, com mostradores analógicos dividindo espaço com uma tela de LCD com informações do computador de bordo.
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A suspensão recebeu um novo acerto exclusivo para o mercado nacional, minimizando a incômoda rolagem da carroceria em curvas de alta velocidade, deixando-o mais firme, e absorvendo mais suavemente as imperfeições das ruas brasileiras.
Conectividade total
Quando se fala em conectividade do carro, a Chevrolet está entre as marcas que melhor investem neste quesito. O novo Tracker conta com a segunda geração do multimídia MyLink, compatível com Apple CarPlay e Android Auto, e com tela de 7 polegadas.
Contudo, a menina dos olhos da montadora é a tecnologia OnStar. Por meio dela é possível comandar diversas funções do veículo via smartphone, além de ter acesso a serviços de segurança, concierge, emergência e navegação.
O modelo ainda oferece o Diagnóstico Avançado, que permite ao usuário fazer um check-up dos principais sistemas do veículo de maneira remota. A modernidade é tamanha que o computador de bordo informa até a vida útil do óleo em percentual.
Cota de importação limita voos mais altos
A Chevrolet bem que queria brigar na parte de cima do ranking de vendas no segmento. Contudo, a tarefa não será das mais fáceis. Além da qualidade dos adversários, o Tracker vai encarar um problema da legislação, que estipula uma cota máxima de importação de 12 mil veículos por ano para cada fabricante. Como o SUV vem do México, a limitação impede voos tão altos.
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Por isso dobrar o volume de emplacamentos da linha anterior passa a ser a meta mínima inicial, o que deve ocorrer sem muito esforço. Isso ajudaria a Chevrolet a se manter como marca líder de vendas no Brasil e criaria uma expectativa diante de um próximo utilitário de dimensões semelhantes que deverá ser produzido em solo nacional no futuro.
Itens de série
Preços e versões do novo Chevrolet Tracker
LT
R$ 79.990
Direção elétrica multifuncional; Isofix para fixação de cadeirinhas infantis; luz de condução diurna, de milha e de neblina; grade frontal e maçanetas internas cromadas; rack de teto; rodas de alumínio aro 16; ar-condicionado; coluna de direção com ajuste de altura e profundidade; computador de bordo; controlador de velocidade de cruzeiro; retrovisores elétricos; travas e vidros elétricos com controle remoto pela chave; sistema start-stop; multimídia MyLink com Android Auto e Apple CarPlay; OnStar com pacote Exclusive (Concierge, Segurança, Emergência, App, Diagnóstico, Navegação); e conjunto de seis falantes com tweeters.
LTZ
R$ 89.990
Agrega retrovisores laterais com aquecimento e alerta de ponto cego; câmera de ré com alerta de movimentação traseira; sensor de estacionamento; faróis e lanternas em led; acabamento externo cromado do friso das janelas, maçanetas das portas e da tampa do porta-malas; teto solar elétrico; rodas aro 18; chave eletrônica com sensor de presença (keyless); computador de bordo com opção de mostrador digital da velocidade; descansa-braço para o motorista e passageiros traseiros; bancos e volante com revestimento premium; banco do motorista com ajuste elétrico lombar; banco do carona rebatível e com porta-objeto na parte de baixo. O único opcional
Opcionais: airbags laterais e de cortina (R$ 3.000).
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