Os lançamentos recentes renovaram o segmento de sedãs compactos no Brasil, mas também deixaram muitos modelos defasados no mercado.
A chegada das novas gerações de Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20S, além da presença de Fiat Cronos e Volkswagen Virtus, lançados em 2018, abriu um abismo para outros modelos.
Veja quais sedãs já estão sentindo o peso da idade:
FIAT GRAND SIENA
Não poderia ser rotulado como veterano, pois estreou em 2012. Mas a chegada do Cronos deixou o Grand Siena para trás – o que forçou até uma redução significativa de preços pela Fiat.
Sucessor do primeiro Siena – outro que perdurou por anos a fio ao lado dos primeiros Palio e Uno -, o sedã oferece mais espaço e porta-malas de 520 litros.
O Fiat Grand Siena ganhou diferentes séries limitadas e um retoque no desenho (em 2018), mas hoje só é vendido em versão única Attractive com os cansados motores 1.0 e 1.4 da linha Fire.
Pelo custo/benefício, acaba sendo boa opção para motoristas de aplicativos e taxistas, mas o Cronos custa pouco mais e é bem melhor de dirigir, de acabamento e de equipamento.
VOLKSWAGEN VOYAGE
O modelo chegou em 2008 e menos de quatro anos depois estava perdido no mercado, já invadido pelos rivais com espaço de médio e preço de compacto (Logan, Versa Cobalt…).
Isso depois de a Volkswagen praticamente entregar o segmento para GM e Fiat, já que o Voyage deixou de existir por 13 anos.
Feito sobre a plataforma simplificada do antigo Polo, o exemplar da VW está muito aquém em termos de espaço interno, acabamento e segurança. A chegada do Virtus acentuou esta defasagem.
Sorte do Voyage é que o companheiro de vitrine é muito caro. Além disso, o velho sedã se vale da imagem de robustez e até mesmo do motor 1.6 8V EA111, que, apesar de antigo, empresta desempenho bastante bacana ao carro.
Ganhou até um toque de rejuvenescimento com o câmbio automático de seis marchas em 2018, que o credencia a usar o motor 1.6 16V EA211 de até 120 cv, mais moderno e suave.
NISSAN VERSA
O Nissan Versa começou importado do México em 2011 e, quatro anos depois, era reestilizado e produzido em Resende (RJ).
O problema é que foi outro que ficou defasado rápido. Não pelo espaço e porta-malas, grandes qualidades do carro, mas pelo desenho e tecnologia embarcada no sedã.
A marca japonesa até deu seu jeito: colocou novos motores, inclusive um três-cilindros eficiente, e passou a ofertar câmbio CVT em algumas versões.
Só que, além da concorrência, uma nova geração já roda no México, de onde virá importada para cá em 2020.
O velho Versa, porém, tem bom argumento no pós-venda, com custo de revisões dos mais baixos da categoria – argumento que pode fazer continuar no mercado por algum tempo.
CHEVROLET JOY PLUS
O velho Prisma mudou de nome: virou Joy Plus após a chegada do seu substituto, o Onix Plus. Pelo histórico da GM e a praxe do mercado brasileiro, nem pode ser tão taxado de velho assim, pois nasceu em 2013 como linha 2014 – o Classic, primeiro Corsa Sedan, se manteve por quase duas décadas.
A questão é que o Joy Plus continua com a plataforma GSV, que entrega menos espaço interno que seu sucessor. A dirigibilidade e comportamento dinâmico também deixam muito a desejar em comparação com a nova geração compacta.
Além disso, mantém o velho motor 1.0 de origem Família I, com até 80 cv e rodar bastante áspero. Se vale de porta-malas maior, com 500 litros.
TOYOTA ETIOS SEDAN
O mercado queria um Yaris, mas a Toyota insistiu e trouxe o Etios em 2012, projeto indiano com desenho controverso e acabamento que não condizia com o padrão da marca japonesa.
Mas o modelo feito em Sorocaba (SP) é um carro de mecânica boa, usa motores 1.3 e 1.5 ótimos para a cidade, com espaço generoso para os passageiros de trás e, no caso do sedã, um porta-malas gigante de 562 litros.
A linha Etios até passou por algumas mudanças, principalmente nos revestimentos internos, e ganhou câmbio automático.
Eis que a marca resolve fazer o Yaris asiático por aqui em 2018. Pior, usando um moderno CVT como opção de transmissão automática, em vez do confuso câmbio de quatro marchas do primo mais velho – que ficou ainda mais pobre na vitrine da concessionária.
CHEVROLET COBALT
Com a chegada do Onix Plus, o futuro do Cobalt é uma incógnita. O modelo se vale do espaço e do amplo porta-malas.
Só que o novo três volumes da General Motors chegou para cobrir essas propostas com plataforma moderna, motor turbo e bons equipamentos de série, como seis airbags e controle de estabilidade.
Ao mesmo tempo, o velho sedã, fruto da arquitetura GSV e lançado em 2011, tem desenho polêmico e agora só é comercializado em versão única com o veterano motor 1.8 da GM: ainda deve permanecer alguns anos no mercado às custas da predileção de taxistas pelo carro. Ou seja, enquanto houver demanda, o Cobalt será produzido.
HONDA CITY
A segunda geração do modelo da Honda foi lançada em 2014, porém também parece meio perdida no tiroteio.
Tudo bem que o City carrega a boa reputação da marca, acomoda bem seus ocupantes e usa motor 1.5 com câmbio do tipo CVT que privilegia o conforto no rodar, além de airbags laterais e de cortina em algumas versões.
Contudo, é muito caro (começa em R$ 62.800 quase pelado e chega a R$ 85.800).
Para completar, o City não oferece itens como controle de estabilidade – já disponíveis entre os rivais -, tem desempenho pacato demais e o acabamento é pouco inspirador para um carro desta faixa de preço.
RENAULT LOGAN
É um da lista que ao menos se esforça para não ficar defasado. O Renault Logan inaugurou o segmento de compactos com espaço de médio e preço de compacto, em 2007. Era o principal argumento, já que seu desenho quadradão, sua base da romena Dacia e seu acabamento interno eram aspectos sofríveis.
Recebeu novos motores e atualizações visuais ao longo dos anos. Em 2013, passou por uma profunda remodelação, que a Renault chama de segunda geração.
Recentemente, o Logan adotou motores da linha SCe bem mais eficientes e na última maquiagem estreou opção de câmbio CVT e controles de estabilidade e tração em algumas versões.
Mas o custo/benefício do carro ficou comprometido com as chegadas de Virtus, Onix Plus e HB20S.
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