A premiada cervejaria Backer, responsabilizada pela morte de sete pessoas e contaminação de outras 22 em 2019, segue interditada. A informação é do Ministério da Agricultura, que emitiu um relatório final sobre as ações de fiscalização realizadas na fábrica em Minas Gerais, que foi fechada oficialmente em janeiro e teve quase 80 mil litros de cerveja recolhidos para análise.
O documento, divulgado na noite da última terça-feira (4), destaca que as substâncias monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG), causadoras da contaminação, não são produzidas pela levedura de cerveja em condições normais de fabricação, o que levou o ministério a considerar o uso de líquidos refrigerantes tóxicos no processo de produção uma "prática irresponsável". Ainda de acordo com o ministério, tais substâncias poderiam ter sido substituídas por opções sem prejuízo à saude. Em janeiro, a Backer negou usar as substâncias.
O relatório aponta, também, que foram encontradas em amostras de cerveja de janeiro de 2019, o que segundo coordenador geral de vinhos e bebidas do MAPA, Carlos Muller, confirmar a hipótese de que a contaminação não foi um caso pontual, causado por um tanque adquirido apenas em agosto do ano passado.
"A gente continuou utilizando como principais elementos para a investigação o elevado uso de monoetilenoglicol e do dietilenoglicol, a aleatoridade de contaminação em diversas máquinas e uma linha do tempo que não condiz com a hipótese de uma contaminação isolada", explicou o coordenador.
O Bom Gourmet procurou a Cervejaria Backer, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.