Em meio às queimadas que chegaram ao recorde de 3.097 focos neste final de semana, o governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência nos municípios afetados pelos incêndios florestais. O decreto foi publicado nesta segunda-feira (24) e tem prazo de 1280 dias.
A medida autoriza os órgãos estaduais a atuarem sob a coordenação da Defesa Civil do Estado, em ações que envolvem resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução.
Desde o início do ano, a seca no Mato Grosso do Sul tem intensificado as queimadas na região. Dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), mostraram que, desde o final de maio, houve uma intensificação nas condições de seca no estado, levando a um aumento exponencial dos focos de calor.
De acordo com o decreto, fica autorizado a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre e a realização de campanhas de arrecadação de recursos “perante a comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre, sob a coordenação da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC/MS)”.
O governo estadual também determinou que as autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações de resposta aos desastres, em caso de risco iminente, estão autorizadas a entrar nas casas, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação; bem como a utilizar propriedades particulares, “no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.”
No último sábado (22), o governo sulmatogrossense pediu reforço ao governo federal para combater as chamas, e teve a promessa de envio de 4 aviões do Exército e 3 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além da expectativa de um efetivo de 50 homens da Força Nacional.
O sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que o total registrado até o sábado (22) supera os recordes anteriores da série histórica iniciada em 1998. Desde o dia 1º de janeiro, o bioma do Pantanal registra 3.097 focos, uma alta de 2.035% na comparação com o mesmo período do ano passado, de 145 focos.
Os recordes anteriores haviam sido registrados em 2020, com 2.426 focos; em 2009, com 2.156; e em 2005, com 1.067 (veja na íntegra).
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