O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública por conta das cheias e das chuvas intensas que atingem o estado. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) na noite desta quarta-feira (1º) e ficará em vigor por 180 dias.
De acordo com o balanço da Defesa Civil, os temporais já deixaram 10 mortos, 11 feridos e 21 desaparecidos.
No decreto, o governador destaca que o estado está sendo atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III - caracterizados por danos e prejuízos elevados.
“Com a entrada em vigor, fica decretado que órgãos e entidades da administração pública estadual, observadas suas competências, prestarão apoio à população nas áreas afetadas em decorrência dos eventos, em articulação com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil”, diz um trecho do comunicado do governo.
Mais cedo, na quarta-feira, Leite informou que a situação é pior do que a registrada no ano passado, quando as enchentes causaram mais de 50 mortes.
“Infelizmente, a situação deste ano deverá ser pior que a de 2023. Veremos ainda um aumento nos níveis dos rios devido às chuvas. Então, é crucial que as pessoas se protejam e busquem abrigo em locais seguros, longe do perigo das inundações. Também pedimos que tomem cuidado com locais de encostas, onde pode haver deslizamentos devido ao encharcamento da terra”, disse o governador durante coletiva de imprensa.
O presidente Lula deverá visitar o estado nesta quinta-feira (2). A visita ocorrerá depois de o governador dizer em entrevista à CNN Brasil que a ida do petista ao estado neste momento poderia atrapalhar buscas e resgates.
Momentos depois, o governador publicou em suas redes sociais que a visita de Lula seria bem-vinda “neste momento de dificuldade”.
“Falei há pouco novamente com o presidente Lula e relatei que estamos vivenciando uma situação de guerra no Rio Grande do Sul. O presidente manifestou sua intenção de vir ao estado amanhã, gesto que é muito bem-vindo neste momento de dificuldade. Reforcei que precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos para serem superados e precisamos da atuação das Forças Armadas”, escreveu Leite em seu perfil na rede social X.
Ano passado, Lula foi criticado por não visitar o Rio Grande do Sul durante a fase mais aguda da crise causada pelas fortes chuvas. Na época, o presidente viajou para a Índia e deixou o vice-presidente, Geraldo Alckmin, encarregado de acompanhar a situação do RS.
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