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Lessa e Queiroz
Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiro| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nesta quinta-feira (31), os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados pelo assassinato da ex-vereadora do PSOL, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes. O crime aconteceu em março de 2018, no Rio de Janeiro.

Lessa e Queiroz foram julgados por um júri popular no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Lessa foi condenado a 78 anos de prisão e Élcio de Queiroz, a 59 anos. Ambos são réus confessos.

Além da prisão, Lessa e Queiroz foram condenados a pagarem, juntos, uma pensão a Arthur, filho de Anderson, até os 24 anos, e R$ 706 mil por dano moral a familiares das vítimas.

Receberão a indenização por dano moral Luyara Franco, filha de Marielle; Mônica Benício, viúva de Marielle; Marinete Silva, mãe de Marielle; Arthur Gomes, filho de Anderson; Ágatha Arnaus, viúva de Anderson.

Acordo de delação

As penas devem diminuir por conta dos acordos de delação premiada firmados. No acordo firmado por Lessa foi definido que ele ficará preso em regime fechado, no máximo, por 12 anos.

Já Élcio de Queiroz ficará preso por, no máximo, 18 anos de regime fechado e 2 anos de semiaberto.

Os prazos são contados desde a data em que os dois foram para a prisão preventiva, em 2019.

O julgamento

Lessa está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz no Complexo da Papuda, em Brasília.

Além deles por videoconferência, apenas as partes envolvidas e os participantes do júri foram autorizados a acompanhar presencialmente o julgamento que foi presidido pela juíza Lucia Glioche.

“A Justiça por vezes é lenta, cega, burra, injusta e torta. Mas ela chega. Mesmo para aqueles, como os acusados, que acham que jamais vão ser atingidos pela justiça. Mas ela chega aos culpados e tira deles o bem mais importante após a vida: a liberdade”, afirmou a juíza ao proferir a sentença.

Lessa e Queiroz foram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foram julgados pela tentativa de homicídio contra a então assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que sobreviveu à execução. 

Pouco antes do início da sessão, familiares, amigos e apoiadores de Marielle fizeram um ato em frente ao tribunal com cartazes e girassóis nas mãos exigindo a condenação dos executores. Participaram também representantes de movimentos sociais das comunidades cariocas e movimentos de mães que perderam filhos vítimas da violência na cidade.

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