O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira (26) que vem enfrentando uma escassez na oferta e distribuição dos medicamentos para tratamento da hanseníase no país. O esquema de primeira linha do tratamento consiste na associação de rifampicina, clofazimina e dapsona, denominado poliquimioterapia.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, a pasta informou que “há apenas um produtor mundial do esquema disponibilizado por meio de doação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aos países endêmicos”
Segundo o ministério, a programação e solicitação dos medicamentos é feita anualmente, no mês de agosto. E a entrega dos medicamentos ocorre no mês de novembro, possibilitando a distribuição a estados e Distrito Federal antes do início do ano seguinte. Porém, a pasta informou que houve um atraso na entrega dos medicamentos por parte da OMS.
Na justificativa ao Ministério da Saúde, a OMS disse que “o atraso ocorreu por problemas de produção e pelo aumento do tráfego aéreo na região do Oriente Médio, devido ao risco de transporte marítimo. A última comunicação com a OMS informa que a remessa prevista para novembro será entregue ainda neste mês”.
“Vale ressaltar que, desde o conhecimento de um possível atraso no envio da remessa, a Pasta mantém contato frequente com a OMS na tentativa de minimizar o impacto às ações assistenciais. Nesse contexto, foi necessário buscar alternativas de urgência para enfrentar as situações de desabastecimento, como a que foi comunicada pela organização”, explica o ministério.
A pasta também informou que houve desabastecimento de clofazimina, medicamento que compõe esquemas substitutivos habituais. “Uma das alternativas foi a sugestão do esquema ROM mensal (associação de rifampicina, ofloxacina e minociclina). Apesar de não ser equivalente à PQT padrão, o esquema ROM mensal possui comprovada eficácia científica”, explicou a pasta.
E ainda complementou que “na atual circunstância, esse esquema terapêutico foi sugerido por um período reduzidíssimo, considerando-se a vantagem dessa alternativa frente à interrupção do tratamento, conforme recomendação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) com relação às situações extremas, em que o esquema ROM mensal deve ser adotado”.
Dados do painel de hanseníase do Ministério da Saúde apontam um aumento de 4,8% nos novos casos da doença. Foram 19.129 de janeiro a novembro de 2023, contra 18.247 no mesmo período do ano anterior. O Brasil permanece em 2º lugar no ranking de novos casos, ficando atrás apenas da Índia.
Em janeiro deste ano, o governo federal destinou R$ 55 milhões para a prevenção e tratamento da hanseníase no Brasil. E no ano passado, ao lançar o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente, foi anunciado que a meta para a hanseníase é interromper a transmissão em 99% dos municípios, eliminar a doença em 75% das cidades e reduzir em 30% o número de novos casos.
Distribuição ocorrerá a partir desta quarta-feira (27)
Após anúncio da escassez, o Ministério da Saúde informou em novo email, enviado às 16h15, que começará a distribuição do medicamento para tratamento de hanseníase, aos estados e municípios, a partir desta quarta-feira (27).
De acordo com o ministério, “não houve má gestão, erro, qualquer tipo de atraso ou demora por parte do Ministério da Saúde”. E a pasta ainda ressaltou que “este caso só reforça a necessidade de fortalecer o Complexo Industrial da Saúde e reduzir a dependência do mercado internacional”.
Governo promete reforma, mas evita falar em corte de gastos com servidores
Boicote do Carrefour gera reação do Congresso e frustra expectativas para acordo Mercosul-UE
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Brasil tem portas fechadas em comissão da OEA para denunciar abusos do STF
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião