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Morte de Juliana

Nova autópsia confirma que Juliana morreu de hemorragia causada por múltiplas fraturas

Juliana Marins
Juliana Marins foi encontrada sem vida após sofrer uma queda na trilha de um vulcão, na Indonésia. (Foto: Agência Brasil/Reprodução/Instagram)

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O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmou, na noite desta terça (8), que a publicitária brasileira Juliana Maris morreu em decorrência de uma hemorragia interna provocada por múltiplas fraturas causadas pela queda no Monte Rinjani, na Indonésia, em meados de junho.

A nova perícia, pedida pela família por desconfiança de negligência por parte das autoridades indonésias, confirmou o laudo divulgado pelo país asiático na semana retrasada. O IML brasileiro encontrou mais evidências sobre a morte de Juliana, apontando que ela pode ter passado por um “período agonial” antes de morrer.

“Pode ter havido um período agonal antes da queda fatal, gerando sofrimento físico e psíquico, com intenso estresse endócrino, metabólico e imunológico ao trauma”, aponta trecho do laudo obtido pela TV Globo.

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Segundo o IML, os múltiplos traumas são compatíveis com um impacto de alta energia cinética, que provocou ferimentos letais que comprometeram diversas estruturas vitais do corpo, como crânio, tórax, abdome, pelve, membros e coluna – o que confirma que a morte não ocorreu por hipotermia, como se acreditava inicialmente.

Juliana foi vista com vida logo após a queda, mas o resgate só ocorreu quase 90 horas depois. Durante esse período, ela foi avistada em diferentes níveis de profundidade ao longo da encosta do morro.

Inicialmente, foi localizada a cerca de 200 metros de altura. Em seguida, drones captaram sua imagem imóvel a 400 metros, e finalmente o corpo foi recuperado por equipes de resgate a cerca de 600 metros do ponto de origem da queda, já sem vida.

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O laudo brasileiro aponta que a estimativa do momento exato da morte foi prejudicada pelas condições do corpo, que chegou embalsamado ao IML. Ainda assim, os peritos estimam que Juliana sobreviveu entre 10 e 15 minutos após o impacto, sem chances de locomoção ou reação eficaz – semelhante ao indicado pelas autoridades indonésias, de 20 minutos.

O IML também aponta que não foram detectados sinais de violência anterior à queda, como contenção, luta corporal ou tortura. Marcas no corpo, no entanto, sugerem que pode ter sido deslocado após o impacto, devido à inclinação do terreno acidentado.

O laudo também destaca fatores que podem ter contribuído para a tragédia, como desorientação causada por estresse extremo, isolamento e ambiente hostil. A perícia identificou lesões musculares e ressecamento nos olhos, mas não encontrou sinais de desnutrição severa, fadiga extrema ou uso de entorpecentes.

Questionados sobre a possibilidade de que o socorro tardio tenha sido determinante para o desfecho fatal, os peritos explicaram que as evidências não permitem uma resposta conclusiva.

Além da Polícia Civil, um perito particular acompanhou todos os procedimentos. O corpo da publicitária, que inicialmente seria cremado, foi apenas enterrado para uma eventual realização dos novos exames.

A tragédia mobilizou esforços de resgate na Indonésia e gerou comoção no Brasil. Em homenagem à jovem, a prefeitura de Niterói, onde Juliana morava, inaugurou nesta terça (8) uma placa com seu nome em um mirante e uma trilha na cidade.

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