Alertas emitidos durante a semana pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com vigência até essa sexta-feira (24), colocam o Rio Grande do Sul em atenção máxima, mais uma vez. Há novos riscos de tempestades severas e chove de forma mais intensa em algumas regiões do estado desde quarta-feira (22).
Com isso, vão ficando mais distantes as perspectivas para as pessoas desabrigadas conseguirem retornar para suas casas definitivamente. Desde o início desta semana, o nível do Guaíba em Porto Alegre estava descendo e chegou a 3,82 metros na meia-noite desta quinta-feira (23), o menor nível desde o dia 2 de maio, quando o estado começou a ser atingido pelas enchentes.
Com a queda, alguns moradores conseguiram retornar às casas para retirar alguns pertences. Nesta madrugada, porém, o nível da água voltou a subir e está em 3,9 metros, quase um metro acima da cota de inundação e com risco de mais elevação devido às novas chuvas.
Em Pelotas, no sul gaúcho, choveu granizo na noite de quarta-feira (22) e há precipitação contínua desde então. As rajadas de vento na cidade chegaram a 70 km/h.
Nesta manhã, o nível da lagoa dos Patos seguia estabilizado na casa dos 2,3 metros, mas acima da cota de inundação de um metro e com risco de subida devido às chuvas esperadas para as próximas horas. O Inmet considera alta a possibilidade de enchente para todo o centro sul do Rio Grande do Sul.
Não é hora de voltar para casa
Os serviços municipais de atendimento aos desalojados orientam que pessoas que vivem em pontos alagados e que estão abrigadas não retornem para suas casas no momento.
De acordo com o boletim da Defesa Civil do estado divulgado na manhã desta quinta-feira, são 163 mortes em decorrência da enchente, 72 pessoas seguem desaparecidas e 65.762 pessoas estão em abrigos. Por todo o estado há 581.643 desalojados e mais de 2,3 milhões de gaúchos atingidos.
Segundo o Inmet há "grande perigo" para o estado, principalmente nas regiões central, sudeste, sudoeste e metropolitana de Porto Alegre, duramente castigada pela enchente histórica registrada entre o fim de abril e começo de maio.
Não há, até o momento, nenhuma recomendação expressa ativa para que regiões sejam evacuadas. A Gazeta do Povo questionou se orientações para os moradores que voltaram a ocupar áreas que foram inundadas, mas não houve manifestação do órgão sobre o tema.
Serviço de alerta meteorológico no RS
Para aumentar o nível de prevenção, a Defesa Civil estadual disponibiliza um serviço de alerta meteorológico que funciona por localidade do RS. "Para isso, é necessário enviar o CEP da localidade por SMS para o número 40199. Em seguida, uma confirmação é enviada, tornando o número disponível para receber as informações sempre que elas forem divulgadas", orienta.
Um canal via aplicativo Whatsapp também disponibiliza o serviço de alerta no RS. "Para ter acesso ao serviço, é necessário se registrar pelo telefone (61) 2034-4611 (ou clique aqui). Em seguida, é preciso interagir com o robô de atendimento enviando um simples "Oi". Após a primeira interação, o usuário pode compartilhar sua localização atual ou qualquer outra do seu interesse", diz a Defesa Civil.
Temperaturas podem ficar negativas
Segundo o Inmet, as áreas de instabilidade ganham força nesta quinta-feira (23) e sexta-feira (24), na passagem de uma frente fria associada a uma forte massa de ar frio de origem polar. Entre hoje e amanhã também deve se formar um ciclone extratropical no oceano, na altura da costa gaúcha.
O maior volume de precipitação deve ocorrer no deslocamento da frente fria do sul do Rio Grande do Sul para o norte do estado. "Novos transtornos, portanto, são possíveis em função da forte instabilidade que é prevista", completou o instituto meteorológico.
Após a chuva a previsão é de muito frio. As temperaturas podem chegar ao nível negativo na região serrana e próximo a zero em alguns pontos dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
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