Críticos e professores de arte são taxativos quanto ao pedido de intervenção da vereadora Julieta Reis (DEM) na obra do artista Tom 14 – que estilizou uma vagina em um dos acessos da rodoviária de Curitiba.
“Foi uma atitude precipitada, prepotente e autoritária de alguém desinformado”, diz Simone Landal, professora do curso de História da Arte na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Simone rebate o argumento da vereadora, de que “o espaço não era o adequado”, afirmando que, desde o renascimento, no século 15, milhares de monumentos e pinturas que exibem nus humanos estão em espaços públicos, à mostra. “É uma lástima que discussões sobre arte em Curitiba se resolvam dessa forma. E que a vereadora tente sustentar sua opinião utilizando o autoritarismo”, diz Solange.
Sobre a apreciação crítica da obra, a professora prefere não se manifestar, já que não viu a pintura de perto (a obra é um conjunto de oito intervenções e faz parte da Bienal de Curitiba).
Fotógrafa, pós-graduada em História da Arte e artista visual, Vilma Slomp define a situação como absurda. “Caímos na gargalhada aqui. O trabalho é extremamente sutil. Além disso, vivemos um momento de rediscussão da repressão feminina. Entendo a obra como algo libertário. Ele pintou uma vagina, ponto. O que aconteceu depois se chama ignorância. Da vereadora e do nosso sistema cultural, extremamente frágil”.
Vilma acha que o verdadeiro pecado foi censurar uma obra de arte. “Não sou a favor de que representações explícitas. Mas aquilo não é pornografia. O que aconteceu por parte da vereadora é puro moralismo. Viva Tom 14!”, exclama a artista.
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