Talvez você conheça Carlos Alberto Pessôa. Talvez tenha lido alguma coisa dele. O Nêgo Pessôa trabalhou em várias publicações e passou inclusive pela Gazeta do Povo. Com um estilo fluido e tiradas irônicas, o cronista-que-não-se-considera-cronista fez história.
Agora, resolveu dar uma olhada nessa história e as melhores partes dela foram escolhidas para figurar no “Livro Vermelho do Nêgo Pessôa (sic)”. Nesta quinta-feira (19), às 19 horas, o autor lança a obra na Galeria dos Presidentes da sede da OAB-PR (R. Brasilino Moura, 253 – Ahú).
Para o ano que vem, ele prepara dois livros: “Perfis & Porfias” e “Um Sr. Rato de Biblioteca”, este sobre a biblioteca do economista Roberto Campos (1917-2001) comprada pelo Positivo. Na entrevista a seguir, ele fala um pouco mais do que os 61 segundos do programa que mantém na FM 97.1, de segunda a sexta-feira, antes da “Hora do Brasil”.
O que faz um bom cronista?
Talento, acima de tudo talento! Intimidade com as pretinhas. O cronista da inculta e bela talvez seja Machado de Assis; de 1930 em diante, Rubem Braga. Agora atenção; não me considero cronista. E não somente por modéstia; me considero escriba (e fariseu?).
Uma das prerrogativas do escriba é escrever impunemente sobre tudo o que não sabe; no meu caso, da física quântica ao amor... O meu tema preferido ou aquele em que me sinto mais à vontade? Elementar, Watson: Carlos Alberto Pessôa!
Você passeia por diversos assuntos, mas há algum em que se sente mais à vontade?
Uma das prerrogativas do escriba é escrever impunemente sobre tudo o que não sabe; no meu caso, da física quântica ao amor... O meu tema preferido ou aquele em que me sinto mais à vontade? Elementar, Watson: Carlos Alberto Pessôa! Perdi a conta dos anos (milênios) que convivo com ele... Diuturnamente. Sem trégua ou descanso. É o sujet (no sentido francês da palavra) que, imagino, suspeito, melhor conheço...
Nêgo Pessôa. Edição do autor, 466 pp., R$ 50 (apenas no lançamento).
Como foi a experiência de passear rever sua obra?
Maravilha! Sem a obsessão do Dalton [Trevisan], cortei gorduras, pelancas, estrias dos velhos textos, especialmente os escritos para a Gazeta do Povo, onde era obrigado a batucar três mil caracteres diários. Entrei de sola; tive sucessivos orgasmos com os cortes & costuras. Adoro fazer isso. E economizar palavras, poupá-las como se fosse pagar por elas como se pagava à época dos telegramas.
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