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Entrevista

Para se atualizar é preciso ser autodidata, diz executivo que passou pelo Vale do Silício

CEO da Pipefy acredita que buscar por conta novas leituras e não ter medo de por a mão na massa garantem mobilidade na carreira

Alessio Alionço, fundador e CEO do Pipefy, plataforma de gestão que aumenta a produtividade de pequenas e médias empresas | Divulgação/
Alessio Alionço, fundador e CEO do Pipefy, plataforma de gestão que aumenta a produtividade de pequenas e médias empresas (Foto: Divulgação/)

Para ele, o conhecimento não está só dentro da sala de aula. Ser autodidata e buscar as leituras dos profissionais de sucesso são a fórmula do talento do jovem empreendedor Alessio Alionço, fundador e CEO do Pipefy, uma plataforma de gestão que aumenta a produtividade de pequenas e médias empresas.

Começou cedo. Antes mesmo de sair da graduação – cursou Administração – uma ideia lhe rendeu sua primeira empresa, a Acesso Zero, um site de compras coletivas. Pouco tempo depois, partia para uma experiência profissional em gestão e desenvolveu o Pipefy – lançado e 2014 - que o levou direto para o Vale do Silício em 2015 para um programa de aceleração na Batch 14. Antes mesmo dos 30 anos, Alionço é a prova de que a transformação profissional que garante alcançar o topo e não ser excluído do mercado depende de uma boa dose de esforço pessoal. No dia 26 de outubro, o CEO é um dos convidados do Papo U , que acontece na Unicuritiba, e vai discutir como se atualizar na carreira e as tendências do mercado.

Você foi um aluno diferente na graduação, tanto que a ideia da sua primeira empresa saiu de lá. Como se planejou para isso?

Na verdade, eu sou um antiexemplo. Eu não era bom aluno dentro de sala de aula. Faltava muito. Eu era autodidata. Via o que o que os empreendedores que me inspiravam estavam lendo e buscava as mesmas leituras. Inclusive de todas as pessoas que conheço, sou a que tem a maior biblioteca.

Outra sacada foi ser quantitativo. Dominar estatística, provar com números aquela sua ideia. Isso aqui no Brasil ainda é muito superficial, muitas vezes nem aluno com formação técnica tem essa capacidade. Então fui atrás, o que ajudou a formar meu conhecimento. Acho que é hoje o maior desafio das profissões: a pessoa ser global – bilíngue fluentemente – e provar o que está dizendo com números, atingir metas.

Mas como buscar esse caminho sozinho? Existe alguma dica certeira?

As pessoas às vezes se sentem desestimuladas por não terem um mentor e acesso a um bom profissional. Meu pai era servidor público e minha mãe dona de casa, então nunca tive ninguém na família para me orientar. Mas a questão é mesmo colocar a mão na massa.

Hoje você pode pegar o programa das disciplinas de um curso e ver ali livros indicados e lê-los. Não precisa nem gastar muito dinheiro, com R$ 500 você faz isso. O acesso à informação é muito fácil com a internet, qualquer um consegue conteúdo extremamente qualificado.

Como fazer, por vontade ou necessidade, essa migração de área?

O que eu sempre falo aos meus amigos é que tem que começar por baixo. Se você quer ser dono de um restaurante, não adianta fazer vários cursos, ir atrás de orientação de empreendedorismo, como as do Sebrae. Tem que ir trabalhar na cozinha, como cozinheiro, por pelo menos uns dois anos. Aí sim irá entender a realidade do negócio ou do setor que você realmente tem interesse.

Você foi ao Vale do Silício, sonho de muitos jovens empreendedores, já como um profissional de sucesso. Que lição tirou de lá?

Fui para uma das mais famosas aceleradoras do mundo achando que estava entre os melhores, com uma autoestima alta por estar na minha segunda empresa. Mas foi um choque de realidade. O fato de ser global era uma banalidade para eles – todo mundo, em cada esquina do Vale do Silício é global. O nível de profissionalismo e qualidade de execução do trabalho é drasticamente diferente do que vemos aqui. Lá eles entram e saem pontualmente da empresa, mas quando estão lá dentro, o foco é total e por isso são um dos mais produtivos do mundo. Isso foi um aprendizado muito bom.

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