Mostra
Constantino Buteri Neto, assessor técnico de música do Sesc Vitória, informa que ainda não há uma programação definida para a arena acusmática. Neste ano, será realizada uma mostra de música eletroacústica. “É uma experiência que pode causar estranhamento, é algo muito particular de cada pessoa”, diz.
O nome já causa estranheza: arena acusmática. Qual a finalidade dela? Difundir a música eletroacústica. Não ajudou muito? A partir daí se percebe que esse é um espaço nada convencional, tanto que é o segundo do gênero em todo o país. Descrever em palavras como é acompanhar uma apresentação no local não é uma tarefa fácil, visto que um dos objetivos é justamente proporcionar ao visitante uma experiência sensorial.
A segunda arena acusmática do Brasil foi inaugurada no final de maio no Sesc Glória, em Vitória (ES). Até então, o único espaço similar estava na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre. A apresentação inaugural foi acompanhada pela reportagem da Gazeta do Povo.
Para entender do que se trata, vamos primeiro descrever o local: uma sala com capacidade para 40 pessoas, cuja disposição dos lugares pode variar conforme o evento. Em torno do público estão dez caixas de som, pelas quais circula a música que não é executada ao vivo. Ela é gravada e apenas reproduzida no ambiente.
Música eletroacústica rompe com paradigmas de intérprete e partitura
Pouco difundida, a música eletroacústica nasceu no fim da década de 1940 como um movimento de vanguarda, que tinha por objetivo subverter a ideia de música convencional
Leia a matéria completaA inauguração da arena foi feita pelo mineiro Felipe Mendes e pelo capixaba Marcus Neves, representantes de um estilo musical pouco conhecido: a música eletroacústica. Trata-se de uma vertente de música experimental, produzida através de programas de computador, que pode reunir todo tipo de elemento: música produzida por instrumentos, ruídos, sons ambientes e palavras. Tudo é permitido.
Na apresentação inaugural, o público se sentava virado para as paredes, com as luzes apagadas. O objetivo era fazer com que a atenção fosse voltada completamente para o som que vinha das caixas. E ele impressiona. Na obra de Mendes, sons como passos, vidros quebrando e pingos de água “viajam” pelo ambiente, vindo de todas as direções, se afastando e se aproximando. Já a peça de Neves usa os diferentes elementos sonoros para acompanhar um poema concretista.
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