
O Festival de Teatro de Curitiba (FTC) retirou de sua programação todas as peças marcadas para os palcos do Centro Cultural Teatro Guaíra, como o Guairinha e o Guairão. Assim, o público não pode adquirir ingressos para espetáculos como “A Casa dos Budas Ditosos”, com Fernanda Torres, e “Roque Santeiro”, destaques da programação do Festival de Teatro. O motivo é um impasse entre a organização do Festival e o Teatro Guaíra envolvendo a empresa licitada pelo Guaíra para bilhetagem, a Disk Ingressos.
O problema é o mesmo que ocasionou a transferência de peças marcadas para os auditórios do Guaíra na edição do Festival de Teatro do ano passado. De acordo com o Guaíra, no entanto, mesmo tendo divulgado ao menos 18 apresentações da mostra no Guairinha e no Guairão, a organização do Festival não assinou nenhum contrato para realizar as peças em seus palcos. “O Festival pediu a reserva das datas no ano passado. Fizemos. Depois disseram que até 31 de dezembro tomariam uma posição, mas nunca responderam. Não tem nenhum contrato assinado”, afirma a diretora-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, Monica Rischbieter. As datas, entretanto, permanecem reservadas ao Festival, diz Monica.
A organização do Festival, por sua vez, afirma que até a próxima segunda-feira (6) a questão deve ser sanada. “Essa formalização se resolve com as reservas e trocas de e-mail. Não vejo isso como um problema”, diz o diretor-geral e fundador do Festival de Teatro, Leandro Knopfholz.
A expectativa, diz Knopfholz, é manter os espetáculos no Guaíra, ao contrário da edição passada, em que as peças tiveram que ser transferidas para outros teatros da cidade.
“Nós temos uma licitação e não podemos contratar outra tiqueteira. Estamos amarrados à Disk Ingressos por força de lei. O Guaíra tem que seguir a legislação”, completa Monica Rischbieter.
No ano passado, após três anos de parceria com a Disk Ingressos, o Festival de Curitiba não aceitou as condições da empresa para venda de ingressos das peças da mostra principal. A diretora do Guaíra classifica a situação como “triste” e salienta que manter o teatro fechado por duas semanas acarreta em um “prejuízo incalculável” para o Centro Cultural.
Uma das hipóteses para resolver o impasse é buscar uma saída jurídica que permita a comercialização dos ingressos das peças marcadas para o Guaíra pelos canais oficiais do Festival: site da internet, aplicativo para smartphones ou bilheteria oficial do ParkShopping Barigüi. Knopfholz não confirma nem nega que essa seja a alternativa escolhida pelo Festival para solucionar o problema.



