Há 16 anos, Donald Trump se tornava presidente dos Estados Unidos no universo de “Os Simpsons”. No episódio, ele aparece acenando para eleitores do alto da escada rolante de sua Trump Tower, exatamente como numa cena protagonizada pelo bilionário na vida real em 2015.
Coincidências e teorias da conspiração à parte, a série mais longeva do horário nobre da TV americana chega ao 27º ano prometendo frescor, acidez, inovações tecnológicas e lições de moral controversas. A estreia no Brasil acontece nesta segunda-feira (4), às 22h, pelo canal Fox.
“Trump foi mais um alerta do que uma previsão”, defende o produtor-executivo Al Jean, vencedor de oito Emmys pela série - que já possui 31.
Na nova temporada, no ar nos EUA desde setembro, a família amarelinha passa por turbulências: Homer e Marge enfrentarão uma crise conjugal e o vovô Abe ficará doente, levando a família a viajar para Cuba para tentar tratá-lo no sistema de saúde do país comunista.
Qualquer semelhança com a realidade é parte sorte, parte bons palpites. Além da candidatura de Trump - que “era para ser uma piada”, ressalta Jean - a série profetizou a derrota do Brasil para a Alemanha na Copa de 2014 (pelo menos não previu o placar catastrófico). “Procuramos fazer tramas realistas, então tínhamos uma piada que envolvia o Brasil perdendo e estudamos qual seria o algoz mais provável”, justifica.
Ainda na temporada, Smithers sai do armário e se declara ao Sr. Burns, o palhaço Krusty se converte ao cristianismo, Bart protagoniza uma paródia de “Boyhood” e há ainda um ambicioso episódio ao vivo, em que o ator Dan Castellaneta (Homer) será submetido a uma tecnologia de captura instantânea de movimento e voz.
Os atores George Takei e Sofia Vergara se somam às cerca de 700 celebridades que já fizeram participações especiais na animação, como Michelle Obama, George Harrison, Paul McCartney, Ronaldo Fenômeno, Michael Jackson e Lady Gaga.
À frente da série desde a estreia, em 1989, Al Jean confessa que tem uma personagem favorita: “Gosto de escrever para a Lisa. Eu era uma criança como ela, meio nerd, e minha irmã era o Bart, rebelde e atrevida”.
A “season finale” ainda não está entre os planos do produtor, que vislumbra chegar aos 30. Ele destaca o fator animação como um dos segredos de tanto tempo no ar, já que os personagens podem ter a mesma idade para sempre.
“‘Os Simpsons’ influenciaram uma geração inteira a ser mais crítica e analítica. Nossa mensagem é que viver em sociedade pode ser difícil, mas sua família vai te ajudar a passar por isso”.
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