A prisão e o silenciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não devem extinguir sua relevância política, que o manterá como o principal fiador da direita nas eleições de 2026.
Apesar da condenação que o torna inelegível, a influência de Bolsonaro é vista como forte. Ou seja, ela decorre da combinação de seu capital político acumulado com a fragmentação do campo conservador. Analistas afirmam que Bolsonaro é o principal fiador de qualquer candidatura que busque romper a barreira do primeiro turno, sendo que seu apoio explícito pode garantir uma base inicial de 20% a 25% dos votos.
Segundo especialistas, o banimento imposto pelo Judiciário acaba por reforçar sua influência entre os seguidores, tornando-o um polo de referência política. Portanto, a transferência de seu apoio, ou a falta dela, será decisiva para o resultado em 2026.
Eduardo Bolsonaro resiste à candidatura presidencial de Tarcísio
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), romperam de vez suas relações políticas e institucionais. Contudo, o distanciamento ganhou força após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, que colocou Tarcísio no centro das articulações da direita como potencial herdeiro do capital eleitoral da direita em 2026.
Entre os aliados, a percepção é de que o governador paulista teria “traído” a confiança do grupo ao adotar posições consideradas mais “alinhadas ao sistema” e ao afastar de sua gestão figuras ligadas à família Bolsonaro. Um assessor próximo a Eduardo descreve um cenário de completo afastamento: o deputado, segundo ele, não pisa no Palácio dos Bandeirantes há muito tempo.
A desconfiança também mira o futuro. No entorno bolsonarista, é forte a avaliação de que um eventual governo Tarcísio não abriria espaço para os aliados do ex-presidente. Afinal, o rompimento teve origem justamente em nomeações no governo paulista que contrariaram indicações de Eduardo Bolsonaro.
Comissão dos militares chamam prisões de oficiais de “injustas”
A Comissão dos Interclubes Militares, constituída pelos Clubes Militar, Naval e da Aeronáutica, divulgou nota nesta quarta-feira (26) em que classifica como “injustas” as prisões dos oficiais condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado.
Com efeito, o documento critica o processo, cuja condução foi alvo de "críticas técnicas consistentes". Além disso, afirma que a prisão imediata “transmite a sensação de que etapas essenciais de revisão e ponderação foram desconsideradas”. Ainda, a crítica aponta para o que seria uma falha na condução jurídica do caso.
Afinal, os clubes militares alegam que as condenações e prisões, nas condições em que ocorreram, não contribuem para a Justiça, mas sim para a "insegurança jurídica" no país. As prisões definitivas dos generais Augusto Heleno e Paulo Nogueira, ex-ministros do governo Bolsonaro, foram cumpridas na terça-feira pelo Exército.
Veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta quinta-feira (27)
- LULA AFIRMA ESTAR “FELIZ” APÓS PRISÕES DE BOLSONARO E GENERAIS;
- FLÁVIO BOLSONARO PROPÕE ALTERAÇÃO EM TEXTO DO PL DA ANISTIA;
- DEFESA DE BOLSONARO TEM 24H PARA EXPLICAR USO DE CELULAR EM VISITA;
- “NÓS VAMOS LIVRAR O BRASIL DO PT”, DISPARA TARCÍSIO EM EVENTO;
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