O Governo Lula (PT) adotou uma posição contrária à proposta de classificar facções criminosas brasileiras como terroristas. A declaração partiu da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), que afirmou que o governo é “terminantemente contra” a ideia.
Segundo Gleisi, a oposição se deve a uma questão de soberania nacional: "o terrorismo, pela legislação internacional, dá guarida para que outros países possam fazer intervenção no nosso país". A ministra ainda argumentou que o terrorismo possui objetivo político e ideológico, diferentemente do crime organizado brasileiro.
Apesar da rejeição, Gleisi afirma que o Brasil já possui leis para combater facções e defendeu que o Congresso dê andamento a projetos do Executivo. A fala da ministra ocorre em meio à pressão após a Operação Contenção, deflagrada no Rio de Janeiro, que terminou com 121 mortos.
72% dos moradores do Rio apoiam enquadrar facções como terroristas; governo Lula é contra
Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (3) mostra que 72% dos moradores do estado do Rio de Janeiro são a favor de enquadrar facções criminosas como organizações terroristas. O levantamento ouviu 1.500 pessoas e possui margem de erro de 3 pontos percentuais.
O resultado da pesquisa, que acontece como desdobramento da megaoperação policial da semana passada, contrasta diretamente com a posição do Governo Lula. Afinal, a ministra Gleisi Hoffmann afirmou ser “terminantemente contra” a medida, alegando que isso abriria espaço para intervenção de outros países no Brasil.
Apesar da rejeição oficial, a gestão de Donald Trump, nos Estados Unidos, tem buscado enquadrar grupos criminosos latino-americanos em atividades associadas ao terrorismo. No entanto, a legislação brasileira, pela Lei Antiterrorismo, define terrorismo como atos praticados por razões de xenofobia ou preconceito, e não com vistas ao lucro.
Oposição critica fala de Lula sobre "matança" em megaoperação no Rio
A declaração do presidente Lula (PT) de que a Operação Contenção, no Rio de Janeiro, configurou uma “matança” gerou forte reação e críticas da direita. Representantes da oposição usaram as redes sociais para rebater o presidente, acusando-o de “ignorar a realidade” e de “fazer vista grossa” para o problema do crime organizado.
Lula, que já havia rebatido o governador Cláudio Castro (PL) por classificar a ação como "sucesso", defendeu que legistas da Polícia Federal (PF) conduzam uma investigação autônoma sobre as mortes. Contudo, líderes como o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) acusaram o Governo Federal de não querer ajudar o Rio de Janeiro.
Da mesma forma, o governador mineiro Romeu Zema (Novo) criticou o governo por "pedir esclarecimentos quando bandidos morrem", ignorando a morte de inocentes. Além disso, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), afirmaram que a "matança é o que as facções fazem" e que Lula desrespeita os policiais que arriscam a vida.
Veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta quinta-feira (06)
- GOVERNO É PEGO DE SURPRESA COM ANÚNCIO DE LULA SOBRE LEGISTAS DA PF;
- HOMENAGEM AOS AGENTES MORTOS EM MEGAOPERAÇÃO CONTA COM SECRETÁRIO DA PM;
- PGR DEFENDE PRAZO EXTRA PARA PF INVESTIGAR VENDA DE SENTENÇAS NO STJ;
- RELATOR DA CPI: INVESTIMENTO DO GOVERNO EM SEGURANÇA É “BAIXÍSSIMO”;
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