Nos últimos anos, o termo ESG (sigla para Environmental, Social and Governance – em português, Ambiental, Social e Governança) ganhou força nos relatórios corporativos, nos discursos institucionais e nos planejamentos estratégicos das organizações. No entanto, a distância entre o que é dito e o que é vivido no dia a dia das corporações ainda é expressiva.
De acordo com Ricardo Voltolini, CEO e Fundador da Ideia Sustentável, que esteve no XVIII CONPARH, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), muitas empresas usam o ESG como vitrine, mas poucas o integram como essência: “A diferença fundamental está na correspondência entre estratégia e cultura de valores ESG”, destaca.
Não por acaso, a implantação de estratégia de ESG com engajamento dos colaboradores acontece efetivamente em empresas embasadas em valores. Para Voltolini, amor, cuidado, empatia, escuta ativa, justiça, altruísmo, colaboração, humildade, coragem moral, integridade e ética estão entre os valores mais potentes para transformar a sustentabilidade em prática contínua.
Lideranças conscientes e implantação de estratégias de sustentabilidade
Fundamentais para a prática de estratégias ESG, lideranças sustentáveis ainda são exceção em um cenário em que boa parte prefere se guiar apenas por resultados objetivos. Diante disso, como formar líderes que de fato enxerguem a sustentabilidade como uma decisão estratégica e necessária?
Voltolini acredita que a resposta está na atitude – parte menos explorada da clássica definição de competência, formada por conhecimento + habilidades + atitudes. "Estou entre os que acreditam que a policrise que vivemos é resultado direto de uma crise interior, de valores e de atitudes que emanam da dimensão do indivíduo para a dimensão coletiva.", ressalta.
Inspirado pelos Inner Development Goals (IDGs), lançados em 2023 por pesquisadores europeus e americanos como extensão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Voltolini propõe uma formação de líderes baseada em cinco dimensões: Ser, Pensar, Relacionar, Colaborar e Agir.

A proposta é estimular autoconhecimento, consciência e propósito como base para transformações externas consistentes que evitem a ausência de coerência entre discurso e prática, a falta de escuta e de diálogo sobre valores e uma liderança que não quer ser confrontada.
“O principal equívoco, no meu modo de ver, é não envolver os colaboradores no processo de planejamento que abrace a ideia de uma visão de mundo compartilhada entre os líderes e os liderados, e fortaleça, em vez de enfraquecer ou ignorar, o casamento dos valores individuais
com os valores corporativos”, avalia o CEO.
Na prática, isso significa que a sustentabilidade não deve ser um departamento isolado, mas parte viva da cultura organizacional. ESG não se constrói apenas com indicadores e boas práticas. Quando isso acontece, o impacto é transformador.
Quer saber como foi o XVIII CONPARH? Acesse o link.
Informações sobre a ABRH-PR, no site.

