Entre robôs humanizados, algoritmos emocionais e provocações radicais sobre o papel das organizações, o maior festival de inovação do mundo, o SXSW 2025, deixou claro que o RH é mais do que um departamento: é o arquiteto do que virá, capaz de orquestrar a convergência entre tecnologia, propósito e cultura humana.
Mas, em meio às tendências mais vanguardistas do mundo, nomes como Esther Perel, Amy Webb e Kasley Killam, colocaram o ser humano de volta ao centro. Para a Silvana Pampu, executiva no Grupo Renault e founder do Connect Executive Hub, que estará no XVIII CONPARH, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), as provocações atuais demonstram como lidar com a impermanência, a fluidez das carreiras e o paradoxo entre previsão algorítmica e liberdade criativa.
“Em tempos de reinvenção constante, a grande pergunta que paira sobre todos nós é como permanecer relevante em um mundo onde tudo muda o tempo todo. Qual é a trilha de aprendizagem contínua que temos construído? Quão diversa são nossas redes de conexões — e, mais do que isso, elas provocam ou apenas reafirmam o que você já sabe? Os ecossistemas que estamos inseridos devem desafiar nossos modelos mentais, expandir a visão de futuro e gerar os atritos criativos que impulsionam o crescimento real”, pontuou Silvana.
O papel do RH da gestão à inovação de ecossistemas
Inovação não é mais uma iniciativa pontual ou um comitê temático. É um modo de existir e de se relacionar. Nesse sentido, o RH precisa deixar de ser um executor de políticas e se tornar designer de experiências. “É ele quem tem a chave da cultura, da escuta ativa e da segurança psicológica, condições essenciais para a emergência de ideias genuínas”, afirma a executiva.
Para Silvana, tornar a inovação parte do jeito de ser da organização é possível através de ações práticas, como um recrutamento com foco em capacidades adaptativas e criatividade, ou ciclos curtos de experimentação com times autônomos e liberdade para testar ideias em pequenas durações, e até mesmo programas de intraempreendedorismo estruturados – que permitem que colaboradores proponham, liderem e testem ideias aumentando o engajamento e fomentando soluções disruptivas.
Diante desse contexto de transformação, o fenômeno do trabalho slash – profissionais com múltiplas atuações – surge como um novo contrato social. Adotar carreiras fluidas exige romper com a lógica vertical e oferecer opções horizontais, como mobilidade interdepartamental, trilhas paralelas, tempo para projetos pessoais e licenças sabáticas estruturadas.
“Essa multidimensionalidade não é sinal de instabilidade, mas de potência. Reflete a busca por propósito, pluralidade de experiências e construção de repertórios diversos, que são ingredientes fundamentais para a inovação. Cabe às organizações deixarem de ver esse movimento como ameaça e passarem a reconhecê-lo como diferencial competitivo”, opina Silvana.
O futuro do trabalho é relacional e adaptativo e pertencerá às empresas que souberem cocriar com seus talentos. Aquelas que desejam inovar precisam reinventar suas relações com as pessoas e cabe ao RH liderar esse movimento.
“Inovação não começa em um laboratório, mas na forma como escutamos, acolhemos e valorizamos a pluralidade humana. Talvez o diferencial competitivo mais valioso não seja a tecnologia, mas a coragem de reinventar as relações”, finaliza a executiva.

XVIII CONPARH
O tema “Inovação como processo humano” será tratado com mais profundidade por Silvana Pampu, no XVIII Congresso Paranaense de Recursos Humanos – CONPARH 2025 - “Tudo que só o humano pode fazer”.
O evento, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná - ABRH-PR, acontecerá nos dias 22 e 23 de outubro, no Viasoft Experience, em Curitiba.
No congresso, Silvana fará parte do pilar "Criatividade, Intuição e Inovação com Alma" apresentando em um painel a importância do RH como motor da inovação organizacional e trazendo os principais insights do SXSW para a Gestão de Pessoas.
Mais informações: https://conparh.com.br/

