Durante dois dias, Curitiba foi palco de um encontro raro entre diferentes olhares sobre a infância. O Congresso Internacional de Educação da Infância – Brasil e Itália: Olhares que se Encontram, promovido pelo Colégio Amplação em parceria com a Futuro Eventos, reuniu nomes de destaque no cenário educacional nacional e internacional para refletir sobre o papel da escuta, da sensibilidade e da simplicidade no processo educativo.
O Congresso Internacional de Educação da Infância – Brasil e Itália: Olhares que se Encontram promoveu reflexões sobre uma educação conectada pela escuta, pela simplicidade e pelo olhar sensível à infância.
A proposta do Congresso Internacional da Educação da Infância
O evento propôs uma imersão na chamada pedagogia da simplicidade, conceito que valoriza o protagonismo das crianças e a beleza do cotidiano como fonte de aprendizado. Educadores, gestores e especialistas se encontraram para dialogar sobre o desafio de construir uma educação mais humanizada e significativa, inspirada nas práticas italianas e na experiência brasileira.
A infância como eixo das políticas educacionais
A defesa da infância como eixo central das políticas educacionais foi um dos temas mais recorrentes nas falas dos especialistas. Ao longo do congresso, os educadores ressaltaram que reconhecer a criança como protagonista de seu aprendizado é o ponto de partida para qualquer transformação real na escola.
Essa visão rompe com o ensino tradicional, pautado na transmissão de conteúdo, e coloca em seu lugar uma abordagem relacional e investigativa, onde o aprender acontece por meio da curiosidade, da experimentação e da convivência.
Emília Cipriano reforçou que essa mudança de paradigma exige coragem e sensibilidade por parte dos educadores. “Educar não é apenas ensinar conteúdos, mas cultivar vínculos, escutar as perguntas e os silêncios das crianças, e permitir que elas expressem suas múltiplas linguagens”, destacou.
Um diálogo entre culturas e concepções pedagógicas
Para Gisele Mantovani Pinheiro, diretora e fundadora do Colégio Amplação, o congresso foi mais do que um evento acadêmico, foi um movimento de escuta e coautoria entre duas culturas educacionais.
Segundo ela, o encontro entre a experiência de San Miniato, representada por Aldo Fortunati, e a concepção humanizadora de Emília Cipriano, convidou os participantes a repensar a centralidade da criança na Educação Infantil.
“A escola precisa ser vista como um ambiente vivo de relações, onde cada espaço é um ateliê de escuta e de aprofundamento.”
Gisele Mantovani Pinheiro - Diretora e fundadora do Colégio Amplação
A educadora reforçou que o diálogo entre Brasil e Itália não se limita à troca de abordagens, mas se traduz em um compromisso coletivo de construir uma infância curiosa, respeitada e criativa.
A pedagogia da simplicidade e o poder do cotidiano
Inspirada na experiência italiana de San Miniato, a pedagogia voltada a simplicidade propõe enxergar a rotina escolar como um espaço de pesquisa, escuta e encantamento. Mais do que uma abordagem, é uma atitude ética e estética diante do aprendizado: valorizar as pequenas coisas, o olhar curioso, o gesto espontâneo, a narrativa compartilhada como manifestações de pensamento e criação.
Essa abordagem, discutida amplamente durante o congresso, estimula o professor a ser mediador e pesquisador neste cotidiano junto com as crianças, desenvolvendo um protagonismo compartilhado ao sustentar os processos deste contexto vivenciado diariamente.
Em vez de buscar grandes projetos ou materiais sofisticados, a pedagogia da simplicidade propõe mergulhar no que é essencial — um movimento que vai além do encontro entre pessoas. Trata-se de cultivar relações significativas, sensíveis e intencionais, nas quais o cotidiano se transforma em espaço de descoberta e aprendizado. Olhar para o essencial é um gesto de complexidade: requer um educador potente, disponível e atento às múltiplas linguagens das crianças, capaz de reconhecer, na sutileza das interações, as potências que habitam cada experiência vivida na escola.
Tamara Andrade, gestora educacional do Colégio Amplação, destacou que “a simplicidade é o ponto de partida para a complexidade do aprender. É quando o professor observa, escuta e intervém com intencionalidade, sem perder de vista o tempo e o ritmo de cada criança”.
Olhares que conectam: metáfora que traduz o espírito do congresso — quando a educação se faz no encontro entre culturas, afetos e saberes que acreditam na potência das crianças.
Aprender nas pequenas descobertas
Marileide Mantovani, coordenadora de Educação Infantil do Colégio Amplação, destacou que a chamada pedagogia da simplicidade não é uma prática simplista, mas uma proposta de profundidade e intencionalidade.
Segundo ela, “o extraordinário se revela nas pequenas descobertas do cotidiano escolar”. Essa abordagem valoriza o tempo da infância, o encantamento e a escuta das crianças, aspectos essenciais para o desenvolvimento integral.
Marileide ressaltou ainda que práticas como rodas de conversa, brincadeiras no parque e territórios de aprendizagem são momentos que constroem sentido e ampliam repertórios.
A formação continuada dos professores, segundo ela, é o alicerce que sustenta a escuta sensível e o planejamento intencional, transformando o dia a dia em oportunidades de descoberta.
Conexões globais e práticas locais
Outro ponto relevante abordado no congresso foi a importância de conectar o olhar global às práticas locais. A presença de Aldo Fortunati, referência mundial em políticas de educação da infância, simbolizou essa ponte entre continentes e visões pedagógicas.
Fortunati lembrou que o sucesso das experiências italianas não está apenas na abordagem, mas na coerência entre a teoria e a prática, algo que também se percebe no trabalho realizado pelo Colégio Amplação.
“Visitar a escola Amplação foi uma experiência muito rica. Este congresso nos ajuda a compreender o quanto é importante refletir e se comprometer com paixão pela educação das meninas e dos meninos”, afirmou o educador italiano.
Para os participantes, esse intercâmbio internacional representa uma oportunidade de reafirmar que a inovação educacional nasce do diálogo e da escuta entre culturas.
Como observou Marcos Melo, da Futuro Eventos, “levar a educação brasileira a esse diálogo é um passo essencial para a construção de uma escola mais aberta ao mundo, mas fiel à sua identidade e à cultura do nosso país”.
A escuta como ferramenta de transformação
Entre os muitos conceitos apresentados, o da escuta sensível ganhou destaque especial. Mais do que ouvir, escutar significa acolher o outro em sua singularidade e reconhecer as emoções, os gestos e os silêncios como parte da linguagem infantil.
Para o Colégio Amplação, essa escuta é o fundamento de toda ação pedagógica: ela orienta o planejamento, guia as intervenções e sustenta a construção de vínculos verdadeiros.
Ao tratar do tema, Marileide Mantovani destacou que “a escuta é o ponto de partida para qualquer processo de ensino que se proponha humanizador. Quando escutamos de verdade, a criança se sente pertencente e confiante para aprender e criar”.
A escola como território de encantamento
Mais do que um espaço físico, o Colégio Amplação foi retratado durante o congresso como um território de encantamento onde cada ambiente é intencionalmente planejado para provocar descobertas, diálogos e experiências significativas.
A estética dos espaços, o cuidado com os detalhes e a valorização do tempo de cada criança refletem uma concepção de educação que integra corpo, mente e emoção. Esse olhar sobre o ambiente escolar reforça a ideia de que a aprendizagem acontece em todos os lugares e momentos: no brincar, no observar, no cuidar e no conviver.
Como sintetizou Gisele Mantovani Pinheiro, “a escola é viva quando respira o cotidiano das crianças. É nesse cotidiano que nasce a verdadeira inovação”.
A curadoria e a proposta da Futuro Eventos no Congresso Internacional de Educação da Infância
O congresso foi realizado em parceria com a Futuro Eventos, organização com mais de três décadas de atuação em curadoria educacional, congressos e imersões internacionais.
De acordo com Marcos Melo, fundador e presidente da empresa, o objetivo é conectar a teoria à prática, inspirando educadores brasileiros a adotarem metodologias inovadoras e contextualizadas.
“Mais do que um evento, este congresso foi um convite à reflexão sobre o direito de ser criança de aprender com encantamento e construir conhecimento em diálogo com o mundo”, destacou Marcos Melo, ao lado de Luciana Melo, também da Futuro Eventos.
O Congresso Internacional de Educação da Infância – Brasil e Itália: Olhares que se Encontram deixou uma marca profunda nos educadores participantes: a convicção de que a verdadeira inovação nasce da escuta, da empatia e do respeito pelo tempo da criança.
Conheça mais sobre a proposta pedagógica do Colégio Amplação e descubra como a escola vem transformando a educação da infância em um espaço de encantamento e pertencimento: