Nada se compara á força de uma mãe na defesa de seus filhos.
Durante toda a história, muitas vezes sabemos de mulheres que não se intimidaram diante das situações mais complexas, e foram em frente na busca por melhor condição de vida para aquelas vidas que gerou.
E para celebrar a vida de todas as mães, trazemos aqui um pouco da história de duas mulheres que, por amor aos seus filhos, foram resilientes até o fim.
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Talvez você já tenha ouvido falar sobre a primeira mulher a receber um prêmio Nobel, Marie Curie. E mais! Ela foi a única pessoa a receber a honraria em duas disciplinas científicas: a física e a química.
Marie Curie desbravou o mundo da radioatividade, mas também enfrentou uma jornada solitária na criação das duas filhas, após perder seu marido e melhor amigo, Pierre Curie. Marie Curie foi tão excelente na maternidade quanto na pesquisa científica, a ponto de ter uma de suas filhas seguindo seus passos e ganhando também ela, um Nobel.
Quando Pierre morreu, a filha mais velha do casal, Irene, tinha 8 anos de idade, e Eve, a mais nova, apenas 2. Eles moravam na França e a morte do marido foi devastadora para Marie, mas segundo a autora do livro "Marie Curie and her daughters: the private lives os sciences’s first Family, Shelley Emling", essa dor e falta acabou fortalecendo o vínculo da pesquisadora com suas filhas.
Esse vínculo e cuidado com Irene e Eve foi refletido na preocupação dela com a educação das meninas, por exemplo. Para Marie o nível de ensino das escolas de Paris não era satisfatório e ela optou por algo semelhante à educação domiciliar que conhecemos hoje.
No caso de Marie, ela reuniu um grupo ilustre de acadêmicos da época, e com eles revezava os turnos para dar aulas às meninas e também aos filhos dos colegas. Cada um, na sua especialidade, contribuía para o ensino das crianças.
Marie se tornou uma inspiração ainda maior para a filha Irene, que na sua caminhada acadêmica acabou por seguir os passos da mãe. Juntas, mãe e filha trabalharam durante a Primeira Guerra Mundial na instalação de máquinas de raio-X móveis nos campos de batalha.
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Anos depois, já no doutorado, Irene trabalhou com Marie no Instituto de Rádio, local em que conheceu seu marido Fréderic Joliot. Juntos, em 1935, eles receberam também um prêmio Nobel.
Outra mãe excepcional, que enfrentou tudo e todos para garantir direitos aos seus filhos foi Sojourner Truth. Nascida Isabelle Baumfree, ela foi uma mulher escravizada que lutou com todas as forças pela abolição.
Quando criança, após a morte do coronel da fazenda em que vivia, ela foi entregue junto à família como herança, a um dos filhos dele. Mais tarde, com a morte desse filho, eles foram vendidos. E essa situação se repetiu algumas vezes ainda.
Foi ainda na adolescência que Sojourner se casou com um homem mais velho e também escravizado. Ela então se tornou mãe de cinco: James, que morreu ainda criança, Diana, Peter, Elizabeth e Sophia.
E foi por eles que ela tanto lutou pela abolição. Um ano antes da lei que libertava escravos em Nova York entrar em vigor, por exemplo, Sojourner precisou fugir com sua filha caçula, Sophia, deixando para trás os outros.
A decisão foi tomada, porque o então senhor dela e de seus filhos havia prometido que eles seriam libertos, menos Sophia, que era ainda um bebê. Neste caso, a menina teria de trabalhar por 20 anos, até que conquistasse sua liberdade.
Foi então que Sojourner fugiu com a menina para o Canadá, porque entendia que pela lei os outros conseguiriam a alforria.
Mas estando no Canadá, Sojourner soube que um de seus filhos, Peter, de apenas 5 anos, havia sido vendido ilegalmente. Isso fez com ela deixasse Sophia com amigos que as acolheram, e retornasse aos Estados Unidos para agora lutar pela vida de seu pequeno.
Na época, ela conseguiu um feito extraordinário, que foi processar seu antigo senhor, um homem branco. Tendo todos os filhos agora libertos e unidos, Sojourner se dedicou então à causa abolicionista nos Estados Unidos.
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