O 8º Congresso Empresarial Paranaense, promovido pela Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) nos dias 24 e 25 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu, encerrou com uma mensagem uníssona: o futuro dos negócios no Paraná passa pela Ascensão: o poder de Comunicar, Conectar e Agir.
Em dois dias de imersão, que reuniram associações comerciais, empresários e lideranças, o evento superou a troca de conteúdo e se consolidou como um marco de alinhamento e um chamado direto à nova postura do empresariado no Eestado. Além de palestras de alto nível, o congresso fomentou o networking, sediou uma feira de negócios e reforçou a força do associativismo como pilar de desenvolvimento regional.
A importância e o papel estratégico da Faciap
Como entidade máxima de representação do setor produtivo paranaense, a Faciap se reafirmou como a espinha dorsal do empresariado no Estado. Coordenando uma rede de mais de 290 Associações Comerciais e Empresariais (ACEs), a federação cumpre o papel essencial de articular as pautas regionais e levá-las para o debate em nível estadual e nacional.
No congresso, essa importância se materializou não só na curadoria do conteúdo, mas na voz institucional: o vice-presidente da Faciap, Lourival Macedo, sublinhou o desafio do cenário nacional, defendendo a atuação da federação na luta pelo reajuste da tabela do Simples Nacional, que se encontra defasada em 80% e impede as micro e pequenas empresas de crescerem e gerarem mais renda. Esse trabalho de representação garante que os pequenos e médios empresários tenham escala e voz política, inclusive ao debater soluções como cartilhas e programas que ajudam pequenos negócios a recuperar tributos e exportar mais.
Além da pauta econômica, a Faciap demonstrou que o "agir" vai além dos negócios. A federação tem atuado como um pilar de apoio social, como evidenciado pela recente mobilização de uma campanha de solidariedade em apoio às vítimas do tornado que atingiu o Paraná, reforçando o foco de Flávio Furlan na relevância do bem-estar das pessoas.
A Nova Tríade Empresarial: comunicação, conexão e ação
O tema central do congresso paranaense, “Ascensão: o poder de comunicar, conectar e agir”, materializou-se nos debates sobre liderança, bem-estar organizacional, saúde mental e inovação. A principal lição é que a comunicação transcendeu o papel de mera ferramenta de marketing e se tornou um fator estratégico que fortalece o engajamento e a cultura interna. A “conexão”, por sua vez, exige a criação de vínculos autênticos, enquanto o “agir” transforma a inspiração em resultados concretos.
O presidente da Faciap, Flávio Furlan, resumiu o espírito do evento com um misto de orgulho e otimismo, enfatizando que o Paraná está “no caminho certo”. Ele deixou uma recomendação clara ao empresariado: cultivar resiliência em tempos de transformação, manter um otimismo estratégico e depositar confiança no sistema associativista como alicerce para vencer os desafios.
“Primeiro: resiliência. Depois, otimismo. E confiança nos nossos representantes legais… Tenho orgulho de ser paranaense e tenho orgulho de tanta coisa legal que tanta gente boa está fazendo para o nosso estado.”
Flávio Furlan, Presidente da FACIAP
O impacto positivo do congresso paranaense se estendeu a Foz do Iguaçu, com o setor de turismo e serviços relatando uma movimentação significativa, reforçando o papel dos eventos de negócios para a economia local.
O alerta da indústria e a força dos valores
O congresso foi palco para reflexões cruciais sobre a economia e o capital humano. O presidente da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Edson Vasconcelos, destacou a pujança da indústria paranaense, especialmente a agroindústria no interior, citando o Paraná como o segundo polo automotivo do Brasil e líder em exportação de carne de frango e tilápia.
No entanto, alertou para as dificuldades, como as questões tarifárias norte-americanas (nicho da madeira) e o cenário nacional de falta de previsibilidade tributária e a “sanha arrecadatória” que sufocam o crescimento e a geração de empregos.
Por outro lado, a saúde mental e o capital humano ganharam centralidade. A médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva lembrou que a sustentabilidade de uma empresa é construída sobre valores, virtudes e sabedoria. Ela defendeu o cuidado com a saúde mental corporativa como parte integrante da gestão e da performance, em um mundo onde os princípios tradicionais são frequentemente questionados.
O associativismo como alicerce para a ascensão foco do Congresso Paranaense
O evento reforçou o papel vital do associativismo, tema que permeou todas as discussões. Vera Antunes, presidente da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), ressaltou o momento “bastante propício aos negócios” no estado, apesar das dificuldades nacionais, e defendeu o associativismo como uma ferramenta de união de esforços.
Reforçando o caminho da “conexão”, o congresso sediou um painel crucial sobre o avanço do associativismo moderno. O debate destacou o objetivo estratégico da Faciap de ampliar sua presença nos municípios onde ainda não há associações comerciais e, ao mesmo tempo, fortalecer o engajamento e a entrega de valor nas regiões já atendidas. A mensagem é clara: a entidade mira a expansão qualificada, a modernização do movimento e a construção de uma rede ainda mais robusta para apoiar o desenvolvimento dos pequenos e médios negócios em todo o Paraná.
A mensagem final de Vera Antunes é um convite a deixar a concorrência de lado: "Nós precisamos ser valentes, persistentes. A gente precisa formar redes, a gente precisa unir esforços, tirar as correntes, deixar de ser concorrente, tirar as correntes e fortalecer o negócio um do outro. Isso é associativismo."
O agro, a resiliência e o otimismo econômico
O painel sobre a economia brasileira ganhou um reforço de otimismo com a participação do palestrante Pablo Spyer. Ao ser questionado sobre a força do agronegócio, especialmente na região Oeste do Paraná, marcada por grandes cooperativas e forte produção, Spyer não hesitou em classificar o setor como o motor que "carrega o Brasil nas costas", representando cerca de um quarto do PIB nacional.
Para ele, apesar de momentos de desconforto, como o cenário tarifário com os Estados Unidos, o setor demonstrou resiliência ao encontrar outros mercados de exportação. Spyer expressou grande expectativa pela queda da inflação e, consequentemente, pela redução da taxa de juros a partir do próximo ano, o que aliviaria o sufoco do setor, facilitando investimentos e impulsionando ainda mais o crescimento. Sua mensagem final aos empresários é de otimismo estratégico: o Brasil é um país forte e, uma vez que a carga de juros for aliviada, as condições de negócios devem melhorar consideravelmente.
Foz do Iguaçu: o poder da integração e a visão de longo prazo
O congresso paranaense, realizado no coração do oeste do Paraná, foi enriquecido pela perspectiva de Danilo Vendruscolo, atual presidente do CFI (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu). Vendruscolo destacou o espírito aguerrido do empresário paranaense, que continua investindo e acreditando, fazendo o Paraná disparar nos rankings de crescimento nacional, com a região Oeste avançando em cerca de 7,8% ao ano. Ele atribuiu esse sucesso à localização geográfica privilegiada de Foz do Iguaçu, em uma região trinacional próspera.
Para fortalecer o associativismo local, Vendruscolo apontou a reinvenção e a organização da sociedade e dos empresários, que criaram conselhos de desenvolvimento econômico para dialogar como um território único, culminando em um modelo de governança singular no Mercosul. Sua mensagem final às lideranças é clara e inspiradora: apesar dos sobressaltos econômicos no curto prazo, o empresário deve manter o foco inabalável no médio e longo prazo, onde o futuro do Brasil e do Paraná se apresenta brilhante.
Congresso Paranaense: O futuro exige líderes transformadores
O 8º Congresso Empresarial Paranaense deixa um legado de inspiração e, mais importante, de praticidade. As lideranças retornam aos seus municípios não apenas com novas ideias, mas com a missão de revisitar a comunicação interna e externa, fortalecer os vínculos com colaboradores e parceiros e, crucialmente, converter a inspiração em ação imediata.
O Paraná, já forte no agronegócio e na indústria, reafirma seu protagonismo para se consolidar como um polo de inovação e eventos. O futuro pede líderes que não apenas respondem aos desafios, mas que ativamente conectam pessoas e transformam o ambiente de negócios.

