Diferentemente do que pensa grande parte dos segurados, os preços que eles pagam pela mensalidade e pela franquia do seguro não aumentam na renovação somente porque aconteceu sinistro com o bem deles. Existe um contexto global que altera as taxas de todos os fornecedores da cadeia de seguros, e o ano de 2023 será desafiador para o mercado.
Aumento do preço dos seguros
Tomando como exemplo o conflito da Ucrânia, assistimos a uma alta nos preços dos combustíveis e energia, já que a Rússia é o maior exportador mundial de gás natural e o segundo de petróleo. Esse evento causou impacto direto na alta das taxas de juros e inflação, índices já muito impactados pelos resquícios da pandemia da Covid-19.
Mesmo antes da pandemia, as resseguradoras mundiais (seguradoras das seguradoras) enfrentavam um período complexo por causa de diferentes eventos, como volume elevado de chuvas ou a seca (responsáveis pela quebra de safras), catástrofes naturais e outros conflitos internacionais.
Esse panorama dos últimos anos ocasionou altas perdas patrimoniais (frotas, imóveis, paralisação de empresas, perdas de safra, equipamentos e maquinários), o que fez explodir a sinistralidade, enxugando a liquidez das seguradoras e reduzindo a capacidade de resseguros. Como consequência, sentimos uma redução na oferta de linhas tradicionais de seguros patrimoniais e surgimento de coberturas mais flexíveis.
O custo das seguradoras normalmente baseia-se na lógica do "retrovisor": olhar para o histórico de ocorrências passadas para estimar os riscos futuros. Com o aumento gradativo de eventos climáticos, crises macroeconômicas e incertezas sobre o país, as taxas aumentaram e precificar a cobertura virou um desafio para as seguradoras.
Precificação dos seguros
De acordo com Celso Felipe Gemin Franzoi, Diretor Técnico Comercial da Firmus Corretora de Seguros, “com o cenário cheio de incertezas e aumento na ocorrência de sinistros, as seguradoras aumentaram a restrição na venda de novos seguros ou renovações.”
O especialista explica: “em média, 20% do risco é assumido pelas seguradoras nacionais e os outros 80% ficam com as resseguradoras internacionais. Ou seja, se uma seguradora fica nos EUA e ocorre um desastre natural por lá, isso atinge negativamente os custos dos seguros no Brasil e em todo mundo”.
“Com o custo elevado, as seguradoras brasileiras diminuem sua propensão ao risco e reduzem a oferta de serviços: esse movimento restringe a concorrência e é outro fator que eleva o preço para o consumidor”, complementa.
Dicas para contratar seguro com os melhores preços
Celso Felipe finalizou sua análise com duas dicas para os empresários reduzirem seus custos com seguros daqui em diante. “Personalize e priorize, escolhendo coberturas mais adequadas para o seu segmento e momento. Melhore o sistema de proteção preventiva da empresa, instalando detector de fumaça, câmeras, alarmes de incêndio, hidrantes, aumento de reserva de água contra incêndios, dentre outras medidas”.