Marcella Malczewski e Marina Ferreira tem uma incrível trajetória à frente da Madeira Certa, pois juntas descobriram potencial no negócio dos pais e assumiram, com muito sucesso, a direção da marca, entre 2018 e 2019.
“Nós não estávamos esperando quando iniciamos. Para mim, foi um desafio grande, eu tinha acabado de sair da faculdade e me deparei com 30 colaboradores homens para os quais eu tinha que me posicionar. Foi muito surpreendente, porque eu consegui e de um jeito legal, respeitando o trabalho deles e a importância que eles tinham. Esse respeito foi recíproco da parte deles”, conta Marina Ferreira, CFO da Madeira Certa.
Por serem duas mulheres em um mercado em que a grande maioria é homem, ambas sabem o valor de se apoiarem e o esforço necessário para conquistar respeito e espaço. Por isso, na última quarta-feira (25) a Madeira Certa, em parceria com o Rause Café, ofereceu um brunch para falar sobre o empreendedorismo feminino.
“O intuito desse evento foi chamar nossas parceiras, mulheres que estão ralando no dia a dia, para nos juntarmos e termos um momento gostoso de troca. Todas as mulheres aqui hoje são empreendedoras, e é sempre bom nos encontrarmos em um ambiente onde podemos conversar sobre a dificuldade que é, ainda hoje, ser mulher e gerir seu negócio”, explica Marcella Malczewski, CEO da Madeira Certa.
Para o bate-papo, o evento contou com a presença dos convidados Amanda Ferber e Saulo Cesar. Amanda é arquiteta e fundadora de um dos perfis de arquitetura mais bombados do mundo, o Architecture Hunter. Entre os mais de três milhões de seguidores do Instagram estão nomes como Mark Zuckerberg, o dono do Facebook, além de grandes arquitetos como o italiano Renzo Piano, o japonês Toyo Ito e o francês Jean Nouvel. Sucesso pelo mundo, ela dividiu um pouco de como sua trajetória começou e como o fato de ser mulher trouxe algumas dificuldades e momentos inconvenientes, mas que não a fizeram desistir.
Outro convidado foi o designer Saulo César, que produz bolsas de design autoral, fabricadas à mão por artesãs de forma lenta e com baixo impacto ambiental. Parte da produção está associada a uma ONG que promove o empoderamento financeiro de mulheres brasileiras em situação de vulnerabilidade através da capacitação. São mais de 200 mulheres beneficiadas pela ONG. “É super importante participar de eventos assim. Para falar dessa capacitação, do slow fashion, produtos feitos à mão e mão de obra local. Afinal, quanto mais falado e divulgado, mais as pessoas se conscientizam e começam a apoiar”, afirma.
Dentro do tema de capacitação, Nina Ribas, criadora do Rause Café, além de atriz e produtora cultural, contou um pouco sobre o seu projeto “Café Coado na Calcinha”, que é uma marca com toda a cadeia produtiva feita por mulheres. A iniciativa foi pensada para gerar impacto social positivo. Inclusive, parte das vendas do produto é destinada ao Coletivo Igualdade Menstrual, um projeto que promove educação e acesso a produtos de saúde menstrual para mulheres em situação de vulnerabilidade.
“Hoje a gente vê que existe um empoderamento muito grande, mas ainda há desafios imensos. Encontros como esses nos fortalecem e incentivam outras mulheres a tocarem seus negócios, criar e empreender. Eu espero que todas tenham se sentido inspiradas em tirarem seus sonhos do caderno, além de fortalecidas e representadas”, finaliza Marina Ferreira.