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Ansiedade silenciosa: como saber se você está esgotado mesmo quando tudo parece bem?

Entrevista com o psicólogo Renan Gallo, com atuação clínica em ansiedade, estresse e saúde emocional, explica como a ansiedade moderna se esconde no cansaço e na irritação diária  e por que tantas pessoas acreditam estar apenas “estressadas”.

Por trás da rotina, a luta silenciosa. A ansiedade moderna nem sempre grita; muitas vezes, ela sussurra no cansaço que não passa e na irritação que surge 'do nada'. O corpo está em alerta, mas a mente disfarça. Você sabe identificar os sinais que parecem estresse, mas são ansiedade?
Por trás da rotina, a luta silenciosa. A ansiedade moderna nem sempre grita; muitas vezes, ela sussurra no cansaço que não passa e na irritação que surge "do nada". O corpo está em alerta, mas a mente disfarça. Você sabe identificar os sinais que parecem estresse, mas são ansiedade? (Foto: Shutterstock)

Renan Gallo - Psicólogo | CRP 06/135356

28/11/2025 às 11:57

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil lidera o ranking global de ansiedade, afetando cerca de 9,3% da população. O dado ajuda a entender por que sintomas silenciosos têm se tornado parte do cotidiano sem que percebamos.

Quando a ansiedade não grita ela sussurra

A ansiedade moderna não é, necessariamente, uma crise de pânico ou um coração acelerado. Ela aparece de forma silenciosa, sempre misturada ao ritmo acelerado da rotina:

  • irritação que surge “do nada”
  • cansaço mental que não melhora com o sono
  • procrastinação constante
  • esquecimento frequente
  • dificuldade de concentração
  • alterações sutis no sono

Justamente por serem sintomas comuns, muita gente vive anos convivendo com sinais de ansiedade sem reconhecer. Um exemplo simples: Marina, 32 anos, não tem crises, mas vive irritada, cansada e com o sono fragmentado. Acredita que é “só correria”. Na verdade, são sintomas clássicos da ansiedade oculta.

Identifique os sinais que parecem estresse, mas são ansiedade

A grande armadilha da ansiedade silenciosa é que ela imita perfeitamente o estresse comum. De acordo com o psicólogo, a chave é observar a duração e o impacto na rotina. O estresse pontual se dissolve quando o problema passa. A ansiedade oculta permanece mesmo quando “está tudo bem”.

A irritação constante, sem motivo claro, é um exemplo disso: muitas vezes, é o corpo tentando liberar tensão acumulada.

Renan Gallo, psicólogo

A procrastinação crônica também pode ser uma resposta ao medo e à sobrecarga mental. Da mesma forma, a fadiga cognitiva aquela sensação de cabeça “pesada” indica uma mente que não consegue processar tanta preocupação silenciosa. Até o sono denuncia: acordar várias vezes ou levantar já cansado é um sinal de que o sistema nervoso não está conseguindo desligar.

Entenda por que a ansiedade aparece mesmo quando tudo parece bem

Vivemos em um ritmo que exige produtividade constante, disponibilidade imediata e comparação social permanente.

Segundo o profissional, mesmo quando não há um grande problema, existe um conjunto de microestressores invisíveis que desgastam a saúde emocional:

  • pressão por performance
  • excesso de estímulos digitais
  • sobrecarga de expectativas
  • dificuldade em estabelecer limites
  • ausência de momentos de ócio real

A mente ansiosa não precisa de um perigo concreto para sofrer.
Ela antecipa cenários negativos  a chamada ruminação  e mantém o corpo em estado de alerta contínuo.

Essa combinação é o terreno perfeito para o início da ansiedade oculta e, em muitos casos, do burnout.

Adote estratégias práticas para acalmar a mente diariamente

A ansiedade não grita, ela sussurra."

Por que a irritação constante, o cansaço mental que não melhora com o sono e a procrastinação crônica são os novos sinais da ansiedade oculta?

O psicólogo Renan Gallo (atuante em ansiedade, estresse e saúde emocional) explica a grande armadilha da ansiedade silenciosa: ela imita o estresse comum, mas permanece mesmo quando "tudo parece bem".

Leia a entrevista e descubra como diferenciar os sintomas, parar a ruminação e sair do estado de alerta contínuo.

JORNALISTA GAZETA DO POVO: Como diferenciar estresse normal de ansiedade que já exige atenção?
Psicólogo: A diferença está no tempo e na interferência na vida. O estresse é pontual. A ansiedade oculta é persistente, sem gatilho claro, e começa a comprometer o trabalho, o sono, o prazer e os relacionamentos. Se os sintomas se tornam regra — e não exceção — é hora de buscar ajuda.

JORNALISTA GAZETA DO POVO: Qual o primeiro passo para quem percebe irritação e procrastinação como sinais de ansiedade?
Psicólogo: O primeiro passo é reconhecer sem culpa: “Não é preguiça, é sobrecarga”. Depois, aplicar a regra das pausas de 15 minutos: longe de telas, respirando profundamente ou fazendo uma atividade manual simples. Isso reduz a ruminação e regula o sistema nervoso.

JORNALISTA GAZETA DO POVO: Como o “não” ajuda a reduzir a ansiedade?
Psicólogo: A ansiedade muitas vezes nasce da sensação de perda de controle. Aprender a dizer “não” a demandas extras ou expectativas irreais é um ato de autocuidado. É comunicar ao corpo que ele está seguro e que suas necessidades importam.

JORNALISTA GAZETA DO POVO: Qual o papel das conexões sociais?
Psicólogo: A ansiedade tende a isolar. Mas conexões verdadeiras — onde podemos ser vulneráveis — têm efeito terapêutico. Não são conversas superficiais; são vínculos que acolhem sem julgar.

Ansiedade oculta: quando buscar ajuda e onde encontrar apoio

Se você se identificou com esses sinais, lembre-se: você não precisa enfrentar isso sozinho(a).

A terapia é um espaço seguro para entender esses padrões, reduzir a sobrecarga e recuperar o equilíbrio emocional.

Para acompanhar conteúdos sobre ansiedade, saúde emocional e estratégias de autocuidado, acesse:
renangallo.com

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