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A atriz Nell Tiger Free, que interpreta uma noviça em "A Primeira Profecia"
A atriz Nell Tiger Free interpreta uma noviça em “A Primeira Profecia”| Foto: 20th Century Studios/Divulgação

No universo de filmes de terror, a história do personagem Damien  Thorn é uma das mais apreciadas. O menino é o Anticristo, filho do Diabo com um chacal, e sua primeira aparição nas telas foi em A Profecia, filme de 1976. Usando de temas religiosos em seu roteiro, a obra é uma das mais assustadoras do gênero e marcou gerações. Teve duas continuações e duas refilmagens (uma delas, em forma de série). Agora, a história do garoto fica ainda mais rica com o lançamento de A Primeira Profecia, que se aprofunda nos fatos que antecedem o nascimento de Damien e remete diretamente ao clássico da década de 70.

O longa, que está no Disney+, já começa em alta tensão: um padre excomungado pressiona outro para ter mais informações sobre uma conspiração satanista. O religioso que faz a investigação, Brennan, parece um homem louco em suas primeiras aparições, mas é o único que verdadeiramente se importa com o bem-estar da Igreja. Sua missão é encontrar a jovem que poderia servir de mãe para o Anticristo e evitar que o mundo caia em desgraça.

Depois da breve sequência, que dá o tom do filme, o espectador conhece a noviça Margaret Daino, uma americana que chega em Roma para ajudar a cuidar de um orfanato. Lá, ela entra em contato com a órfã  Carlita, que é aterrorizada por maus presságios e sofre castigos da Irmã Silva, uma abadessa amedrontadora vivida pela atriz Sônia Braga.

Outras jovens também passam por apuros e esse é um dos trunfos de A Primeira Profecia. Até mais da metade do filme, não dá para saber qual pessoa Brennan procura para evitar que o famoso Damien chegue ao mundo, deixando quem assiste cada vez mais curioso com o desenrolar da trama.

Batalha do bem contra o mal

Embora apele para algumas tendências de terrores contemporâneos, como mostrar Margaret saindo à noite com uma amiga, a obra tem uma cinematografia de tirar o fôlego. Oferece muitas imagens que parecem tiradas de clássicos do gênero – como a impactante cena de um parto  em que é possível ver a garra de algum ser saindo da pobre mãe.

A escolha dos atores reforça o cuidado da diretora Arkasha Stevenson com uma franquia que é considerada icônica. Os olhares severos de Sônia ou as faces assustadas da atriz Nell Tiger Free, que vive a noviça, remetem a algumas das melhores atuações de  clássicos dos anos 1970 e 1980, como O Exorcista, Suspiria e Possessão.

Mais adiante, quando os caminhos de Margaret e Brennan finalmente  se cruzam, o roteiro fica ainda mais rico. Ele mistura o contexto político turbulento de Roma em 1971 com a preocupação  crescente da Igreja em perder fiéis para o mundo secular.  Felizmente, nenhum juízo de valor é feito acerca de ideologia, confirmando que o roteiro de  Arkasha, Tim Smith e Keith Thomas  aborda apenas o necessário para que a trama funcione: uma batalha do bem contra o mal e vice-versa.

Vale ressaltar que a classificação indicativa de A Primeira Profecia é de 18 anos. Isso se dá principalmente pelo fato de o filme exigir que o espectador esteja um pouco mais acostumado com o universo do terror. Muitas cenas são chocantes e devem revirar o estômago de quem não gosta de sentir medo sentado no sofá. Porém, se você gosta do clássico de 1976, nada do que é abordado na nova película deverá incomodar. 

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