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Com Gael García Bernal

Os 25 anos de “Amores Brutos”, o filme que revolucionou o cinema mexicano

Lançado há 25 anos, "Amores Brutos" revolucionou o cinema mexicano
"Amores Brutos" confirmou o talento do ator Gael García Bernal (Foto: Divulgação Mubi)

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Um dos grandes filmes do cinema latino-americano no século XX está completando 25 anos. Amores Brutos, estreia em longa-metragem do diretor Alejandro González Iñárritu, com Gael García Bernal no papel principal, foi um ponto de virada que repercute ainda hoje. O filme entrou para a história como a obra que abriu as portas para as produções feitas no México e alçou ao mercado internacional cineastas, atores e atrizes do país.

O impacto foi imediato. Amores Brutos é uma obra latina com ambição global, ousada esteticamente e com um realismo chocante. Uma produção que provou que a indústria mexicana poderia competir no mercado audiovisual mainstream e inspirou uma nova geração de criadores e produtores.

A forma como Iñárritu e o roteirista Guillermo Arriaga conduzem o roteiro foi um choque para o público da época. Três histórias independentes, conectadas por um acidente de carro, abordam a violência urbana, as desigualdades sociais e as distorções do amor. A estrutura fragmentada se tornaria uma marca registrada não apenas do diretor, mas de todo um movimento que se seguiria. 

Octavio (Gael García Bernal), dono de um cachorro de rinha, tenta escapar da pobreza e realizar uma paixão impossível com a esposa do irmão. Daniel (Álvaro Guerrero), um empresário, abandona a família para viver um romance idealizado com uma modelo. E El Chivo (Emilio Echevarría), um matador de aluguel, busca resgatar sua humanidade perdida ao cuidar de um cachorro ferido enquanto tenta se reaproximar da filha. 

A Cidade do México é outro personagem da trama, talvez o principal. Um espaço onde o amor se confunde com sobrevivência. O filme discute como vínculos afetivos podem se corromper sob a pressão da pobreza, do egoísmo e da violência. Por isso segue tão atual: as dores sociais que retrata permanecem reconhecíveis em toda a América Latina. 

Sucesso internacional 

A recepção internacional foi arrasadora. Amores Brutos venceu o Grande Prêmio da Semana da Crítica em Cannes, recebeu indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e abriu um corredor entre o México e Hollywood. Produtores e estúdios passaram a olhar para o país com respeito e interesse, não mais como um mercado periférico. 

Foi o início do que hoje se reconhece como a era dos “Três Amigos”: Iñárritu, Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro. Cineastas que, nos anos seguintes, conquistariam prêmios, orçamentos milionários e liberdade artística rara no cenário industrial.  

Gael Garcia Bernal é um dos protagonistas de "Amores Brutos"Gael Garcia Bernal é um dos protagonistas de "Amores Brutos" (Foto: Divulgação)

Gael García Bernal também ganhou notoriedade internacional com o filme. Com apenas 21 anos, o ator emergiu como o principal rosto do novo cinema do país. Em seguida, estrelaria E Sua Mãe Também (2001), de Cuarón, com Diego Luna. Bernal e Luna formaram o que a imprensa apelidou de dupla dourada mexicana, abrindo espaço para que atores do país ganhassem projeção global. 

Inspiração para novas gerações

A influência de Amores Brutos se espalhou. Filmes, séries e até videoclipes adotaram narrativas cruzadas, ritmo frenético de edição e o olhar crítico para desigualdades urbanas. A estética documental misturada ao drama ficcional, marca forte da obra, passou a ser estudada em escolas de cinema e replicada por todo o continente. 

Agora, em 2025, o clássico retorna às telas em versão restaurada e remasterizada em 4K. A iniciativa, além de comemorar o quarto de século do lançamento, devolve ao público a força original da fotografia de Rodrigo Prieto, hoje um dos profissionais do ramo mais requisitados de Hollywood.  

Para quem ainda não viu, ou quer assistir novamente, é uma chance de reencontrar uma obra sobre violência, paixão e esperança. E de apreciar o filme que colocou o México no mapa dos grandes. 

  • Amores Brutos 
  • 2000 
  • 153 minutos 
  • Indicado para maiores de 16 anos 
  • Disponível no Mubi e no Prime Video

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