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A produtora e plataforma de conteúdo Brasil Paralelo deu início a uma nova fase de expansão ao lançar o selo Big Picture Originals, voltado a produções de alcance internacional. O movimento, que coincide com o lançamento do documentário God Complex: A Ascensão da Máquina de Censura Americana, marca a primeira investida da empresa na busca por espaço no mercado global de streaming.
Dirigido por Henrique Viana, um dos fundadores da Brasil Paralelo, o filme investiga como governos, corporações e plataformas digitais teriam criado mecanismos de controle sobre o fluxo de informações na internet. A narrativa parte da Primavera Árabe, quando redes sociais foram instrumentos de mobilização popular, e chega ao presente, analisando os limites da liberdade de expressão nas democracias ocidentais.
“Os conteúdos da Brasil Paralelo vêm sendo internacionalizados já faz algum tempo e públicos de outras nacionalidades vem consumindo nossos filmes cada vez mais ano a ano. O selo Big Picture é apenas uma forma de atender com maior atenção e personalização um público que já vinha buscando consumir nossos conteúdos”, comenta Henrique Viana.
Produções anteriores, como os documentários História do Comunismo, História do Fascismo, O Papa que Venceu o Comunismo e From the River to the Sea, já vinham despertando interesse fora do Brasil. O último título, de acordo com o diretor, chegou a alcançar mais de 1 milhão de espectadores em países de língua inglesa.
O novo momento da empresa conta com produção e distribuição próprias, sem recorrer a financiamento público. “Independência e credibilidade são ativos fundamentais para uma empresa de mídia. Sempre que alguma fonte de recursos representar perda de independência, nós optaremos por não aceitar”, afirma Viana.
God Complex: A Ascensão da Máquina de Censura Americana teve pré-estreias em Miami e Washington, com presença de formadores de opinião e produtores da mídia independente americana. A obra está disponível na plataforma do Brasil Paralelo.
“O feedback foi emocionante. Parecia que eu estava no Brasil, ouvindo o mesmo tipo de retorno de sempre, mas eram americanos agradecendo pelo nosso trabalho”, conta o diretor. Um dos momentos mais simbólicos ocorreu ao final da sessão em Washington: “Um constitucionalista americano nos pregou um bótom da bandeira dos Estados Unidos e disse: ‘agora vocês são americanos’”.
A exibição também aproximou a produtora de nomes influentes da mídia conservadora. Parte do conselho do The Daily Wire, empresa fundada por Ben Shapiro e Jeremy Boreing, participou da première e fez cobertura do evento. Outro aliado foi Dinesh D’Souza, documentarista conhecido por filmes políticos de direita, que colaborou na divulgação. “Há um espírito de união em torno da causa de defender a verdade e combater a desinformação promovida pela mídia tradicional”, comenta Viana.
A aposta internacional da empresa ocorre num momento de reconfiguração do mercado global de streaming. Após uma década de expansão acelerada, o setor vive uma fase de consolidação e competição direta por assinantes. O Brasil já ultrapassa 60 milhões de assinantes pagos, consolidando-se como o maior mercado de streaming da América Latina, e cresce o espaço para produtoras independentes.
“Nosso primeiro objetivo era a aceitação do conteúdo pelo público. Dessa vez, fizemos algo sobre os Estados Unidos e felizmente, a aceitação foi a melhor possível. Queremos atender todos que tiverem interesse na nossa forma de olhar para a realidade, em qualquer cultura, mas no momento estamos dando foco ao público americano”, explica Viana.
Fundada em Porto Alegre em 2016 por jovens empreendedores com formação em filosofia, cinema e economia, a Brasil Paralelo surgiu como uma produtora voltada à revisão de narrativas históricas e culturais. Em menos de uma década, construiu uma base sólida de assinantes e uma plataforma de streaming própria, financiada exclusivamente por recursos privados.
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