Uma comédia cheia de aventura e com ares nostálgicos, uma fantasia cabeça sobre o mundo dos sonhos com Nicolas Cage e um drama inspirado na história real de uma família no mundo da luta livre estrelado por Zac Efron. Esses são três dos filmes que vieram abastecer as salas de exibição após a enxurrada de filmes que disputavam o Oscar. Finalmente, 2024 começou no escurinho dos cinemas.
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo
Os Caça-Fantasmas – agora compostos pela família Spengler – estão de volta à sede onde tudo começou: o icônico prédio do corpo de bombeiros em Nova York. Em paralelo, os personagens originais conduzem pesquisas em um laboratório muito moderno e ultrassecreto sobre como lidar com as criaturas fantasmagóricas cada vez mais perigosas. De repente, eles descobrem uma antiguidade com uma grande força maligna e, por causa disso, os novos e antigos Caça-Fantasmas terão de unir forças para defender o mundo de uma nova Era Glacial.
Parecia que a película anterior, Ghostbusters: Mais Além, seria a ressurreição da lendária saga dos anos 80. Mas não. Nem o diretor Gil Kenan tampouco o roteirista Jason Reitman (diretor do filme anterior e de sucessos como Juno e Amor Sem Escalas) conseguem fazer esse novo filme decolar. As quase duas horas de filme ficam muito prolongadas, justamente por conta de um roteiro fraco e personagens cheios de clichês. O excesso de referências nostálgicas aos primeiros episódios impede a história de avançar e fica, no final, em terra de ninguém. A seu favor tem os aspectos técnicos – embora isso fosse requisito mínimo – e algumas piadas bastante divertidas. Ghostbusters: Apocalipse de Gelo estreia oficialmente nos cinemas do Brasil na próxima quinta-feira (11). (Jaume Figa Vaello) Original em espanhol.
O Homem dos Sonhos
Paul Matthews é uma espécie de Zé Ninguém, “o homem sem atributos”, como diria o escritor Robert Musil. Esse professor universitário, careca, com vários dias de barba por fazer e roupas desajeitadas poderia passar sem ser notado em qualquer lugar. Porém, Paul começa a aparecer inexplicavelmente nos sonhos de muitas pessoas, tornando-se assim uma sensação na mídia. Mas a fama tem um preço.
O Homem dos Sonhos é um filme que desafia qualquer tentativa de classificá-lo em um determinado gênero: tem ingredientes de comédia, tragédia, fantasia... Temperados com algumas gotas de cinema de terror. Com uma atuação soberba de Nicolas Cage, poderia muito bem ser interpretado como uma parábola sobre os altos e baixos da fama, e até como um comentário sobre as reações de uma sociedade propensa à histeria, tocando de passagem no tema da “cultura do cancelamento” em ambientes acadêmicos. Estreou nos cinemas daqui na última quinta-feira (4). (José M. García Pelegrín) Original em espanhol.
Garra de Ferro
Você não precisa ter interesse em luta livre para entender e apreciar esse filme, sabendo que se trata de um drama. Fritz Von Erich foi um atleta que não obteve o triunfo que – segundo ele – merecia, e criou um punhado de filhos musculosos para que lhe dessem o título desejado, mesmo que isso os tornasse infelizes. Trata-se de uma tragédia americana. A ambição do pai (e a sua pouca inteligência) deram fama ao seu clã e levaram-no ao desastre. A história se concentra nas relações familiares. A voz principal é de Kevin, o irmão mais velho, um homem simples e nobre, preocupado com suas questões: atender ao pai ansioso por obter para ele o título desejado e cuidar dos irmãos.
Já em cartaz em nossos cinemas, Garra de Ferro não é excessivamente violento, apesar das inúmeras sequências no ringue. Os momentos difíceis surgem ao focar em como os irmãos pagam pela ambição do pai, diante da indiferença do próprio. A ambientação é excelente e as atuações, principalmente a de Zac Efron – que ostenta o corpo do Hulk – no papel de Kevin, e a de Jeremy Allen White como seu irmão Kerry, são mais do que notáveis. (Fernando Gil-Delgado) Original em espanhol.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
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