Se você ama cachorro, dá risada com humor politicamente incorreto e está procurando algo leve para assistir SEM as crianças por perto, não pode perder Ruim pra Cachorro, comédia americana que estreou nos cinemas em 2023 e agora integra o catálogo do Prime Video. O filme funciona tanto no idioma original, com os atores Will Ferrell e Jamie Foxx fazendo as vozes dos cães principais, como na versão dublada, que mescla profissionais do ramo com estrelas do stand-up nacional, casos de Fábio Rabin e Bruna Louise, e ainda conta com participações da trupe Os 4 Amigos (Afonso Padilha, Thiago Ventura, Dihh Lopes e Márcio Donato).
O longa-metragem narra a saga de Reggie, um Border Terrier que sofre maus tratos de seu dono, mas não consegue perceber a gravidade disso. Nem mesmo quando é abandonado num beco, a três horas de carro de sua residência, Reggie compreende que seu tutor não o quer mais. É só com a chegada em cena de Bug, um Boston Terrier que vive na rua, que o cãozinho desprezado começa a entender que merecia melhores cuidados. No contato, Bug defende as virtudes de ser um cachorro de rua e apresenta o novo amigo a outros dois pets “independentes”: a Pastora Australiana boa de faro Maggie e o Dogue Alemão bem-dotado Hunter.
A formação da matilha e seus rolês pela cidade rendem os melhores momentos dessa comédia escrachada dirigida por Josh Greenbaum, que fez muitos trabalhos para a TV. Os chistes com hábitos caninos e a maneira como o filme tenta decodificar o mundo pelo olhar dos bichinhos arrebatam qualquer pessoa fissurada nesse universo. As escatologias envolvendo fezes, xixis, vômitos e atos libidinosos com sofás e anões de jardim são diluídas com olhares fofos e cafunés. Quando se lembra de sua primeira dona, Bug, na versão dublada por Fábio Rabin, relata que os carinhos que ele recebia o faziam “pedalar mais do que o menino Ney” (referência a Neymar, em piada que não está no texto original).
Fogos de artifício e carrocinha
Reggie decide retornar ao seu lar para uma vingança ao tomar ciência da judiação imposta pelo seu dono. O plano é literalmente morder e arrancar fora a salsicha do mau tutor. Para voltar para casa, ele conta com a sagacidade de Bug, o olfato apurado de Maggie e a coragem de Hunter, que precisa ser estimulada para aparecer, visto que ele é um dog treinado para ser policial, mas que foi rebaixado a auxiliar de idosos. Na aventura até o revide brutal, o quarteto se mete em diversas confusões envolvendo fogos de artifício (o pavor de todo cão), carrocinha, cogumelos alucinógenos e a figura do demônio – que, no prisma canino, é o carteiro.
A menção à salsicha do proprietário de Reggie serve para conectar Ruim pra Cachorro com Festa da Salsicha (2016), outra comédia de cunho adulto cujo cartaz promocional poderia indicar um produto infantil. Os filmes com o ursinho de pelúcia Ted entram na mesma categoria. São obras que partem de temas muito identificados com a criançada para entregar um humor proibido para baixinhos. E, nem sempre, filmes com esse hibridismo encontram sua audiência. Ted foi um sucesso estrondoso, mas Ruim pra Cachorro ficou aquém do que os estúdios Universal esperavam arrecadar com ele.
Mesmo que não tenha estourado nas bilheterias, a aventura satírica dos peludos vale a pena ser conferida no streaming. Além de motivar gargalhadas, Ruim pra Cachorro confirma que nenhum animal merece ser tratado com desdém ou violência. É verdade que hoje, nas grandes cidades, o mais comum é vermos cães recebendo dengo excessivo e paparicos que uma criança pobre só consegue em sonho. Mas até disso o filme arruma jeito de tirar sarro. E a trilha sonora tem um artista que não poderia ter ficado de fora: Snoop Dogg.
Moraes retira sigilo de inquérito que indiciou Bolsonaro e mais 36
Juristas dizem ao STF que mudança no Marco Civil da Internet deveria partir do Congresso
Quebra de sigilo de relatório da PF coloca Bolsonaro à beira do abismo; acompanhe o Sem Rodeios
Boicote do Carrefour gera reação do Congresso e frustra expectativas para acordo Mercosul-UE
Deixe sua opinião