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15 anos depois

“Downton Abbey: O Grande Final” é uma despedida elegante, com emoção e beleza

"Downton Abbey: O Grande Final" entra para o catálogo do Prime Video
O último suspiro da saga "Downton Abbey" entra para o catálogo do Prime Video (Foto: Divulgação Universal)

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Mesmo não sendo fã incondicional de Downton Abbey, já tive vários contatos: duas ou três temporadas da série e os filmes. O estilo novela me parece cansativo, embora reconheça que é uma das melhores séries produzidas para a telinha, sempre bem escrita e com um elenco verdadeiramente espetacular. Dito isso, posso afirmar que, este capítulo final que chega agora ao Prime Video para aluguel e compra é muito mais do que um grande desfecho para a saga que começou em 2010, após seis temporadas, um especial de Natal e dois filmes.

É um momento de mudança na Inglaterra dos anos 1930. Para os Crawleys também. Robert percebe que chegou a hora de passar o bastão para a filha mais velha, mas um anúncio de última hora abala sua decisão: Lady Mary se divorciou. Para piorar a situação, o dinheiro com que Lord Grantham contava para cobrir as despesas essenciais da casa desapareceu, devido à crise financeira de 1929, que prejudicou gravemente a fortuna da família.

A dupla que deu vida a Downton Abbey II: Uma Nova Era retorna como diretor e roteirista: Simon Curtis e Julian Fellowes, respectivamente. Curtis confere à história a grandiosidade visual característica da saga, enquanto Fellowes, a alma criativa de Downton Abbey, mantém o ritmo e o tom que definiram toda a série. Mais uma vez, os personagens esbanjam personalidade, graças a diálogos excelentes que tornam cada minuto de Downton Abbey: O Grande Final agradável.

Neste desfecho, o roteirista combina com maestria e elegância a nostalgia de quem encerra uma história que se tornou tão longa com a inevitável chegada de novos tempos. Tradição e modernidade se entrelaçam, retratando relacionamentos antes impensáveis ​​– com uma presença um tanto anacrônica da homossexualidade –, dando maior destaque às mulheres e, em última análise, aceitando a passagem do tempo.

A ausência de Lady Violet

Contribuindo para tudo isso, como sempre, está a magnífica trilha sonora de John Lunn. Com algumas novas nuances, suas peças musicais mantêm aquela fusão sutil entre o anseio pela tradição e o pulso da modernidade.

A sagacidade da personagem de Maggie Smith faz falta, e sua ausência se torna uma homenagem constante à atriz, que faleceu em 2024, aos 89 anos. A atuação de Michelle Dockery como Lady Mary também é digna de nota, embora – como vimos no thriller de Mel Gibson Ameaça no Ar – ela seja um tanto estereotipada. E em um elenco tão rico como esse, vale destacar o excelente trabalho de Hugh Bonneville e Elizabeth McGovern, cujo casamento Crawley personifica (apesar de suas diferenças) uma bela ode à fidelidade.

Tradição e modernidade se entrelaçam, retratando relacionamentos antes impensáveis, com destaque para as mulheresTradição e modernidade se entrelaçam, retratando relacionamentos antes impensáveis na saga (Foto: Divulgação Universal)

Mesmo que você não seja fã da série, Downton Abbey: O Grande Final resulta em uma despedida elegante, onde emoção, ironia e beleza formal se unem pela última vez.

© 2025 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.

  • Downton Abbey: O Grande Final
  • 2025
  • 125 minutos
  • Indicado para maiores de 12 anos
  • Disponível para locação e compra no Prime Video

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