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A atriz revelação Aria Bedmar, de “Irmã Morte”, e Jamie Foxx, de “O Próprio Enterro”
A atriz revelação Aria Bedmar, de “Irmã Morte”, e Jamie Foxx, de “O Próprio Enterro”| Foto: Divulgação Netflix e Prime Video

Para quem tem o privilégio de poder escolher um filme para assistir neste sábado, no “conforto do streaming”, aqui vão duas opções de lançamentos bem distintos. O primeiro é um terror espanhol com eventos paranormais que está fazendo muito sucesso no catálogo da Netflix. O outro é um típico filme de tribunal exclusivo do Prime Video, que reúne dois atores já agraciados com a estatueta do Oscar: Jamie Foxx e o veterano Tommy Lee Jones. Hora de usar o clichê “prepare a pipoca e boa diversão!”

Irmã Morte

Narcisa era uma criança milagrosa que, com o passar do tempo, preferiu passar despercebida. Décadas depois, ela decide ingressar como noviça em um convento convertido em internato, marcado pelo medo que freiras e estudantes do local sentem de episódios paranormais.

A primeira parte de Irmã Morte, o principal lançamento de terror da Netflix nas últimas semanas, surpreende com uma certa contenção na narração desta terrível história. O diretor espanhol Paco Plaza, de A Avó (2021), Quem com Ferro Fere (2019) e o mais conhecido REC (2007), e Jorge Guericaechevarría, roteirista que trabalha sempre com o basco Álex de la Iglesia, fazem uma apresentação de personagens em que há espaço para uma freira sorridente e gentil e uma jovem noviça com empatia pelos alunos. Mas, como costuma acontecer com esses dois criadores, à medida que a história amadurece, multiplicam-se as reviravoltas convencionais (visões, pesadelos, móveis em movimento, portas batendo) e a mais obscura morbidez.

Paco Plaza exibe grande qualidade no planejamento, edição de som e encenação, o que é aproveitado por um elenco muito talentoso e bem dirigido, com destaque para a atriz estreante Aria Bedmar, que vive a protagonista. Mas, neste caso, falta ao diretor um enredo mais plausível, como ele teve em seu melhor filme: Veronica (2017), baseado em um famoso caso real de eventos paranormais nos anos 90. (Claudio Sánchez). Original em espanhol.

O Próprio Enterro

O enredo de O Próprio Enterro é baseado em acontecimentos reais de meados dos anos 90, que foram contados em artigo de Jonathan Harr para a revista The New Yorker. Produção original do Prime Video, o filme apresenta uma história do tipo Davi contra Golias no mundo dos negócios. O roteirista Doug Wright (Memórias de uma Gueixa, 2005) e a diretora Maggie Betts, até agora pouco conhecida, dão um certo twist à abordagem do filme. É claro que isso afeta o confronto entre as duas partes litigantes: Jeremiah O'Keefe, proprietário de algumas pequenas funerárias no Mississipi, e o poderoso grupo canadense Loewen, em plena expansão e com um volume de negócios multimilionário. No entanto, o longa se concentra mais na relação entre o Sr. O'Keefe e seu advogado Willie E. Gary, profissional pretensioso sem experiência na área de direito contratual, mas com a energia do novo rico que nunca perdeu um único caso ao longo de sua carreira.

O grande trunfo de O Próprio Enterro é contar com os vencedores do Oscar Tommy Lee Jones e Jamie Foxx nesses papéis principais, uma recriação meticulosa da década de 90 em termos de figurino e design de produção, além de um excelente trabalho de câmera no planejamento e uso de luz na sala do tribunal.

Apesar de certos lugares-comuns – tipo o jovem advogado assistente que queima as pestanas estudando milhares de páginas, até encontrar um documento crucial para o processo –, o roteirista e a diretora acertam no desenvolvimento dos personagens, principalmente no do advogado vivido por Jamie Foxx, embora o advogado do “lado mau” seja bastante plano. O filme também destaca a importância dada à família. Contudo, a influência de um racismo mais ou menos latente não está completamente integrada na trama principal. (José M. García Pelegrín). Original em espanhol.

© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.

Conteúdo editado por:José Flávio Júnior
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