No começo de 1970, muitos canais brasileiros começaram a trocar sua programação em preto e branco para produções em cores, o que motivou a criação de sessões especiais para mostrar a nova tecnologia. Uma delas, a Globo Cor Especial, foi responsável por trazer para os lares do país a figura carismática de Mary Tyler Moore. Seu programa homônimo, que começou a ser exibido em junho de 1973, marcou as tardes de muitos brasileiros. Agora, exatos 50 anos depois, a estrela tem sua história revelada em um documentário produzido para o HBO Max.
Mary Tyler Moore - A Dama da TV parte do pressuposto de que Mary alterou o curso da televisão ao encarnar uma mulher bem-sucedida profissionalmente e solteira em sua série, algo que não era comum quando o programa nasceu, em 1970. Para comprovar isso, o longa-metragem usa depoimentos da atriz que atestam que ela era muito mais do que um rostinho bonito. Suas respostas em entrevistas revelavam uma mulher inteligente e ciente do impacto positivo que trazia para outras atrizes.
A película então volta no tempo para contar mais sobre os anos de formação da estrela. Relata que sua mãe era uma alcoólatra e que a sua busca pela dança e demais artes nasceu de uma necessidade de tentar chamar a atenção de sua família. Para ambientar o espectador nesse período da vida sem muitos registros, os herdeiros de Mary liberaram acesso ao arquivo de fotos de sua infância.
Luta contra a diabetes
O documentário deixa claro o papel do seriado The Mary Tyler Moore Show para popularizar a atriz nos Estados Unidos (e aqui também, afinal, era o programa escolhido para a demonstração de cores nas tardes da Globo). Mas fica evidente que a carreira de sessenta anos de Mary teve outros grandes momentos.
Nos anos 80, por exemplo, ela foi uma das atrizes principais de Gente como a Gente, longa que marcou a estreia de Robert Redford na direção e levou a estatueta do Oscar de Melhor Filme. Mary interpretou uma mãe marcada por sua frieza, provando que ela era capaz de ir além dos papéis cômicos vividos até então. Não à toa, recebeu a indicação ao prêmio de Melhor Atriz por esse drama familiar, surpreendendo estúdios que não queriam realizar a produção por colocar a “dama da TV” como uma matriarca emocionalmente distante.
Outro aspecto importante da vida pessoal de Mary é abordado: sua luta contra a diabetes. Ela foi diagnosticada com a doença quando ainda tinha 33 anos, no auge de sua fama com o The Mary Tyler Moore Show. Aproveitando-se de seu alcance, ela virou uma grande ativista para angariar fundos para a pesquisa da enfermidade, chegando a exercer o cargo de presidente internacional da JDRF (Fundação de Pesquisa em Diabetes Juvenil). Faleceu em 2017, aos 80 anos, após enfrentar diferentes complicações da doença em sua última década de vida. A produção da HBO ressalta que esse engajamento pela causa fez com que seu legado extrapolasse o ambiente televisivo.
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