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O cantor e compositor mineiro Lô Borges faleceu na noite de domingo (2) em Belo Horizonte, aos 73 anos. O artista estava internado desde 17 de outubro devido a um quadro de intoxicação medicamentosa. O hospital declarou a causa da morte como falência múltipla de órgãos.
Nascido em 10 de janeiro de 1952, na capital mineira, Salomão Borges Filho cresceu imerso na efervescência musical do bairro Santa Tereza. O local se tornou um celeiro onde jovens músicos experimentavam fusões de canção popular, rock, folk e jazz, que culminariam no movimento Clube da Esquina.
Aos 20 anos, Lô Borges já assinava canções com Milton Nascimento no álbum duplo Clube da Esquina (1972), obra coletiva que também apresentou músicos como Márcio Borges (irmão de Lô), Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Beto Guedes, Wagner Tiso e Toninho Horta. O legado do compositor inclui clássicos da MPB como O Trem Azul, Paisagem da Janela e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, que influenciaram gerações.
A parceria com Milton Nascimento e o núcleo artístico de Minas Gerais estabeleceu um novo padrão estético na música brasileira, marcado por letras sobre aspectos sociais e questões íntimas, arranjos sofisticados, harmonia refinada e liberdade criativa. O Clube da Esquina foi crucial para projetar a cena mineira ao centro da música nacional.
Nos anos seguintes, Lô Borges manteve-se ativo, alternando fases produtivas com momentos mais reservados, sempre reverenciado por críticos, músicos e público. Seu primeiro álbum solo, conhecido como "disco do tênis", consolidou sua identidade artística e evidenciou sua originalidade como compositor.
A partir do final dos anos 90, com parcerias com músicos como Samuel Rosa, do Skank, o músico viu crescer o interesse das novas gerações em seu trabalho. A procura por shows aumentou, assim como a aura em torno do LP Clube da Esquina, que hoje é tido como um dos maiores discos da MPB. A última música divulgada em seu canal oficial no YouTube é uma parceria com o maranhense Zeca Baleiro.
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