Algumas parcerias entre diretores e atores marcaram o cinema. A mais prolífica talvez seja a de John Ford e John Wayne. Foram 18 filmes entre 1927 e 1963, sendo que, nos quatro primeiros, Wayne era tão desconhecido que nem entrou nos créditos.
Outra dupla que marcou a sétima arte: o cineasta Akira Kurosawa e o ator Toshiro Mifune. Entre 1948 e 1965, trabalharam juntos em 16 filmes, incluindo clássicos como Rashomon (1950), Os Sete Samurais (1952) e Trono Manchado de Sangue (1957).
Mas há uma parceria que começou há meio século e perdura até hoje: a de Martin Scorsese e Robert De Niro. O recente Assassinos da Lua das Flores é o décimo longa-metragem da dupla e foi indicado a dez Oscar, incluindo os prêmios de melhor filme e atriz (Lily Gladstone). Scorsese foi indicado como melhor diretor e De Niro, como melhor ator coadjuvante.
Até os fãs mais fervorosos da dupla devem concordar que Assassinos da Lua das Flores não é o maior momento desses dois gênios do cinema. Longo e arrastado, o filme está sendo celebrado mais como o provável canto do cisne da parceria Scorsese-De Niro do que por suas qualidades. Quando lembramos que os dois fizeram, juntos, obras-primas como Taxi Driver (1976), Touro Indomável (1980) e Os Bons Companheiros (1990), a comparação fica impossível.
Para celebrar a dupla, recomendamos outros três filmes menos badalados que foram dirigidos por Scorsese e interpretados por De Niro. Em ordem cronológica:
Caminhos Perigosos (Mean Streets), 1973
Terceiro longa-metragem de Scorsese e o primeiro com De Niro. Este faz Johnny Boy, um bandidinho ligado à máfia italiana em Nova York, amigo de Charlie Cappa (Harvey Keitel), sobrinho de um poderoso e temido gângster. É uma produção baratíssima (custou, à época, 650 mil dólares), e pode ser considerado o primeiro filme autoral de Scorsese, que se inspirou em personagens reais que conhecia da região de Little Italy, em Manhattan. De Niro havia feito dez filmes antes de Caminhos Perigosos, mas foi o papel de Johnny Boy que o colocou, definitivamente, no mapa. No ano seguinte, ele faria O Poderoso Chefão 2, filme que lhe daria o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Onde assistir: HBO Max ou para aluguel na Apple TV, Google Play e Amazon.
Cabo do Medo (Cape Fear), 1991
Excelente refilmagem de um thriller homônimo de 1962, baseado num romance do autor policial John D. MacDonald. Robert De Niro está assustador como Max Cady, um detento que sai da prisão, onde ficou por 14 anos condenado por estupro, e decide se vingar do promotor Sam Bowden (Nick Nolte), que supostamente teria sido leniente em sua defesa. O que começa como um drama policial vai ficando cada vez mais sombrio e estranho, até chegar a um clímax de filme de terror. O elenco é fantástico, com Jessica Lange no papel da esposa de Sam Bowden e a então novata Juliette Lewis como a filha adolescente. As duas são aterrorizadas por Max. O final é absolutamente apavorante.
Onde assistir: disponível para aluguel na Claro Video, Apple TV, Google Play e Amazon.
Cassino (Casino), 1995
Menos celebrado do que Os Bons Companheiros, esse filme de máfia não fica a dever em nada aos grandes trabalhos de Scorsese. A diferença é que o cenário muda: no lugar dos bairros italianos de Nova York, vamos ao outro lado dos Estados Unidos, para a costa oeste, mais precisamente para Las Vegas, conhecer a história dos cassinos e suas ligações com o crime organizado. Baseado num livro do autor Nicholas Pileggi (que havia escrito para Scorsese o roteiro de Os Bons Companheiros), Cassino tem como personagem principal Sam “Ace” Rothstein (De Niro), um judeu especialista em jogos de azar, que é enviado por mafiosos italianos para dirigir um imenso cassino em Las Vegas. Ace sobe rapidamente na hierarquia do jogo, mas isso atrai a inveja e cobiça do parceiro Nicky Santoro (Joe Pesci, assustador), um brutal leão-de-chácara da máfia. Sharon Stone, em seu melhor papel no cinema, faz Ginger, uma sensual trambiqueira por quem Ace cai de amores.
Onde assistir: Prime Video e Globoplay ou para aluguel na Claro Video, Apple TV e Amazon.
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