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O fim da União Soviética, a criação dos telefones celulares, a popularidade inusitada da música grunge de grupos como Nirvana e Pearl Jam, o tetracampeonato do Brasil na Copa do Mundo e o surgimento da Internet. Esses são apenas alguns dos acontecimentos que caracterizaram a movimentada década de 90.
O cinema, por seu lado, também não ficou atrás, e se tornou um dos principais cartazes da “década tecnológica”. Os anos 1990 viram surgir astros como Tom Hanks, Leonardo DiCaprio, Julia Roberts, Will Smith e trouxeram personagens que até hoje permeiam o inconsciente coletivo.
Pensando nisso, a Gazeta do Povo separou sete dos melhores e mais importantes filmes daquela época. Os escolhidos são baseados em títulos premiados, que fizeram sucesso e são lembrados como obra-primas.
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O Silêncio dos Inocentes (suspense - 1991)
Baseado no livro homônimo de Thomas Harris (1988), O Silêncio dos Inocentes é um dos melhores trabalhos de Anthony Hopkins – o que, para o caso do ator galês de 87 anos, não é pouca coisa.
A história conta a trajetória da jovem cadete do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster), designada para investigar os crimes de um serial killer que sequestra e mata mulheres nos Estados Unidos. Para capturar o assassino, conhecido como Buffalo Bill, Clarice se vê obrigada a entrevistar na cadeira o psiquiatra Dr. Hannibal Lecter, conhecido por sua inteligência brilhante e por ser um assassino canibal.
Fenômeno de crítica e público, O Silêncio dos Inocentes transformou Hannibal Lecter em um dos maiores vilões da história do cinema. Assim, o filme venceu os cinco principais prêmios do Oscar em 1992: Melhor Filme; Melhor Diretor (Jonathan Demme); Melhor Ator (Anthony Hopkins); Melhor Atriz (Jodie Foster) e Melhor Roteiro Adaptado.
A Vida É Bela (drama - 1997)
A obra que colocou o ator e diretor italiano Roberto Benigni no radar de Hollywood, A Vida É Bela traz uma visão delicada e única sobre os horrores do Holocausto.
O filme acompanha a história de Guido Orefice, um homem carismático e otimista, que ao ser capturado junto do filho pequeno, Giosuè Orefice, e levado a um campo de concentração nazista, decide transformar todo o sofrimento e abusos em um “jogo de faz de conta” para entreter o pequeno, cujo objetivo é obter pontos – ao sobreviver cada dia e executar as tarefas impostas pelos nazistas – e obter “um tanque”, um prêmio imaginário, ao voltar para casa.
A Vida É Bela venceu três Oscar em 1999, entre eles o de Melhor Ator para Roberto Benigni, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Filme Estrangeiro. O longa também foi indicado para as categorias Melhor Filme e Melhor Diretor, feito raro para um filme de língua não-americana à época.
O Resgate do Soldado Ryan (ação - 1998)
Tratando-se da década de 1990, o diretor americano Steven Spielberg não poderia estar fora dessa lista. O filme escolhido para relembrar a obra de Spielberg é nada menos que O Resgate do Soldado Ryan, que redefiniu o gênero de filmes de guerra no cinema.
Indicado a onze Oscar – e vencendo cinco, entre eles Melhor Diretor e Melhores Efeitos Sonoros –, O Resgate do Soldado Ryan conta a história do Capitão Miller (Tom Hanks) e seu pequeno grupo de soldados, em uma missão especial durante a Invasão da Normandia. O objetivo é encontrar e resgatar o soldado James Ryan, cujos três irmãos foram mortos em combate.
A jornada se transforma em uma reflexão sobre sacrifício, camaradagem e os horrores da guerra, enquanto os soldados enfrentam dilemas morais sobre quem merece viver ou morrer em tempos de conflito.
Forrest Gump: O Contador de Histórias (comédia dramática - 1994)
“A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar”. Forrest Gump: O Contador de Histórias foi um dos maiores responsáveis por crises de choro ao fim de sessões de cinema na década de 1990.
Protagonizado por Tom Hanks – possivelmente o ator mais bem-sucedido no cinema dos anos 90 –, o filme retrata as dificuldades de Forrest Gump, um homem do estado do Alabama com um QI abaixo da média, entre idas e vindas nos Estados Unidos das décadas de 1950 e 1960.
De forma en passant e sem entender com profundidade o mundo em que está inserido, Forrest Gump vive do futebol americano universitário à Guerra do Vietnã, passando pelo movimento hippie e o escândalo de Watergate. O espectador, ao lado de Forrest Gump, torna-se testemunha e participante involuntário da história, tudo enquanto o protagonista tenta viver seu grande amor por Jenny, sua amiga de infância.
O filme arrecadou mais de $678 milhões mundialmente e venceu seis Oscar, entre eles o de Melhor Ator para Tom Hanks.
O Sexto Sentido (suspense - 1999)
Filme mais bem-sucedido do controverso diretor M. Night Shyamalan, O Sexto Sentido foi um marco para o cinema mundial “nos acréscimos” da década de 1990.
Com um roteiro ousado, cheio de reviravoltas e cenas de suspense psicológico, a obra conta a história da relação entre o psicólogo infantil Malcolm Crowe — interpretado pelo icônico ator americano Bruce Willis – e Cole Sear, um problemático garoto de nove anos que é atormentado por visões de fantasmas. Além disso, ele possui dificuldade de interagir com colegas de escola e com a própria mãe.
Com um desfecho chocante, O Sexto Sentido ganhou o público e foi um sucesso de bilheteria. O filme arrecadou $670 milhões em todo o mundo. Além disso, conseguiu seis indicações ao Oscar, entre elas o de Melhor Filme e o de Melhor Diretor.
Clube da Luta (drama - 1999)
“A primeira regra sobre o Clube da Luta é não falar sobre o Clube da Luta”, mas uma exceção se faz necessária dessa vez.
O filme do diretor David Fincher, baseado no livro homônimo de Chuck Palahniuk (1996), traz a história de um homem insatisfeito com sua vida corporativa, preso à rotina e consumido pelo vazio existencial.
Ao conhecer Tyler Durden, um vendedor de sabonetes carismático e anárquico, ele funda o Clube da Luta, um grupo secreto onde homens se enfrentam fisicamente como forma de extravasar frustrações. O que começa como uma catarse masculina se transforma em um movimento radical contra a sociedade de consumo, culminando em revelações perturbadoras sobre identidade e loucura.
Apesar de ter recebido críticas mistas na época do lançamento, Clube da Luta se tornou um absoluto filme cult para os amantes da sétima arte.
Toy Story (animação - 1995)
A lista não poderia deixar de fora os desenhos animados. Durante os anos 1990, a tecnologia e a computação gráfica revolucionaram o gênero. O melhor exemplo desse avanço tecnológico é Toy Story, dos Estúdios Pixar – o primeiro longa-metragem totalmente animado em computação gráfica da história.
Toy Story se passa no quarto de um garoto chamado Andy, os brinquedos ganham vida quando os humanos não estão por perto. O vaqueiro Woody, brinquedo favorito de Andy, vê sua posição ameaçada com a chegada do moderno Buzz Lightyear, que acredita ser um astronauta de verdade.
Entre ciúmes e aventuras fora do quarto, Woody e Buzz precisam aprender a trabalhar juntos para voltar para casa, construindo uma amizade que se tornaria lendária.
A animação é uma das mais bem-sucedidas da história e se transformou em sinônimo de desenho dos anos 90. Indicado a três Oscar, Toy Story recebeu em 1996 uma estatueta em uma categoria especial, pelo avanço técnico no cinema de animação.



