Morreu nesta segunda-feira (17) o pianista acriano João Donato, aos 88 anos. Segundo a família do músico, ele enfrentava uma série de problemas de saúde, o mais recente deles sendo uma infecção nos pulmões.
Contemporâneo de nomes como João Gilberto, Tom Jobim e Johnny Alf, Donato era considerado um dos precursores da bossa nova, embora seu estilo musical fosse voltado mais ao jazz, misturado com gêneros latinos. Por ter vivido essa gênese do estilo, no final dos anos 50, ele era considerado por muitos de seus pares como o maior músico brasileiro vivo em atividade.
Essa proximidade com os grandes nomes da música aconteceu por sua passagem, aos 15 anos, nas sessões de improviso musical que aconteciam no Sinatra-Farney Fã Clube, no Rio de Janeiro.
Na década de 60, pertenceu à leva de músicos brasileiros que foi ganhar a vida nos Estados Unidos, disseminando sons brasileiros e virando uma figura internacional. Donato nunca parou de excursionar pelo mundo, tocando para plateias cativas na Europa e no Japão regularmente.
Os anos 70 foram muito prolíficos, marcados pelo lançamento de Quem é Quem, seu primeiro disco com letras, produzido por Marcos Valle. Astros como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Martinho da Vila estão entre os que colocaram poesia nos temas instrumentais de Donato.
Outro papel importante do músico nascido no Acre foi o de acompanhar e fazer arranjos em alguns dos discos e shows mais importantes de Gal Costa. Trabalhou com cantoras de diversas gerações, de Joyce a Tulipa Ruiz.
Seu último disco foi Serotonina, lançado em 2022, em que dividiu o microfone com parceiros inéditos, como Rodrigo Amarante (Los Hermanos) e a cantora Céu.
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