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New wave

Netflix lança “Devo”, que conta a história da banda mais maluca do rock

A banda new wave Devo com seus trajes e chapéus peculiares
A banda americana Devo com seus trajes e chapéus peculiares (Foto: Divulgação Netflix)

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Possuir hits radiofônicos sem dúvida alguma é um atestado de sucesso. Mas e ser citado numa das cenas mais emblemáticas do clássico De Volta para o Futuro? Quando Marty McFly encontra Doc Brown e conhece o mítico DeLorean que viaja no tempo, ele tenta perguntar se o casaco vestido pelo cientista maluco é da banda Devo. O pupilo não consegue a resposta, mas para o grupo de rock americano aquilo foi mais do que uma prova de sua influência na cultura pop.

Por essas e outras é que a Netflix exibe Devo, documentário de Chris Smith (Wham!, Fyre Festival: Fiasco no Caribe) que explica as origens e a relevância do conjunto liderado pelo cantor e autor de inúmeras trilhas sonoras de filmes Mark Mothersbaugh e pelo baixista e diretor de videoclipes Gerald Casale. Além de ter uma história para lá de inusitada, que muitas vezes foi incompreendida pelo público, o Devo representa um tempo em que a indústria ainda investia em artistas com linguagem própria, o que gera muita nostalgia em quem viveu especialmente os anos 70.

Foi na década que nos deu o punk rock e a new wave que o grupo nasceu, mais precisamente em 1973. O encontro dos estudantes da Kent State University Mark Mothersbaugh e Gerald Casale se deu por pura afinidade de humor e vontade de criar algo diferente. Quando eles entenderam que seu projeto deveria ser uma banda, a dupla passou os primeiros anos bolando o conceito, a estética visual e as teses que seriam defendidas nas futuras letras. Antes mesmo de possuir um repertório musical definido, o Devo já tinha um filme explicando suas ideias, quase como se fosse uma instalação do setor de artes plásticas, não um conjunto de rock.

Pioneiros da MTV

Uma das maluquices defendidas pelo Devo em suas canções era que a humanidade estaria num processo de “de-evolução”, a caminho de voltar para sua origem primitiva. Como o volume de estupidez perpetrada pela nossa raça da década de 70 para cá nunca diminuiu, o material da banda foi fazendo cada vez mais sentido. Na virada para os anos 80, o Devo virou uma sensação, atraindo astros como David Bowie e Neil Young, que trabalharam com o grupo.

Nas rádios roqueiras, eles foram enfileirando sons endiabrados como Uncontrollable Urge, Jocko Homo, Mongoloid, Girl U Want, Whip It, Freedom of Choice, Beautiful World, Time Out for Fun, Peek-a-Boo! e That’s Good. Mas o pulo do gato se deu quando surgiu a MTV. Diferentemente de outras bandas que nunca tinham investido em vídeo, o Devo estava cheio de clipes para ceder para o canal, sempre numa linguagem experimental que casava com a proposta inovadora da emissora. Foi assim que a versão que eles tinham feito para a grande joia do Rolling Stones, (I Can’t Get No) Satisfaction, entrou em alta rotação e ajudou a popularizar aqueles cinco nerds de roupas estranhas e com chapéus gozados.

O filme conta com depoimentos dos integrantes e farto material de arquivo, aproveitando que o Devo sempre apostou em registros visuais. Da metade dos anos 80 em diante, o grupo perdeu o fôlego, mas rapidamente se tornou um clássico do rock, sendo homenageado pelo Nirvana em shows e com Casale sendo procurado pelo Foo Fighters para que ele dirigisse seus videoclipes. Chris Smith embala isso muito bem em seu documentário, evidenciando a autenticidade do Devo e defendendo que todos aqueles conceitos doidos só estimularam os ouvintes a pensarem fora da caixa e deixaram o mundo mais alegre.

  • Devo
  • 2024
  • 93 minutos
  • Indicado para maiores de 14 anos
  • Disponível na Netflix

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