Você acha que conseguiria nadar por mais de 50 horas sem interrupções? Esse feito foi realizado em 2013 pela nadadora americana Diane Nyad. A travessia de Cuba aos Estados Unidos era seu sonho desde os anos 1970, quando ficou famosa por quebrar uma série de recordes da natação. Entre a primeira tentativa e a última se passaram três décadas e meia e ninguém contava que ela conseguiria completar o trajeto aos 64 anos de idade. Essa história de superação é o tema do filme Nyad, lançado pela Netflix e indicado a dois Oscar.
Em vez de contar a trajetória da nadadora do zero, o longa-metragem tem início com imagens reais para contextualizar o espectador sobre a fama de Diane. Ela participava de talk shows e esbanjava confiança. Não à toa, tinha diversos investidores que a apoiavam, até falhar na primeira vez que tentou nadar entre os dois países.
A produção então corta para Diane e a amiga/treinadora Bonnie no dia do aniversário de 60 anos da nadadora. Aqui, as duas são interpretadas pelas experientes atrizes Annette Bening e Jodie Foster. São elas que carregam as duas horas de filme, em performances que renderam as indicações ao Oscar de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante, respectivamente.
Um basta na rotina pacata
O aniversário de 60 anos é importante, pois flagra Diane em crise. Com seis décadas de vida, ela passa a se sentir sem propósito e cansada de sua rotina pacata, dividida entre participar de programas esportivos como comentarista e jogar Scrabble. A retomada do sonho da travessia começa com treinos feitos em uma piscina, com Diane chegando a nadar por seis horas consecutivas. Quando decide ir para o mar, ela resiste bem menos tempo na água e considera que seu corpo não mais acompanhará sua mente.
Nyad segue nesse passo, mostrando como trabalhar a cabeça pode ser muito importante em um momento de superação. Além disso, o apoio da treinadora e seu encontro com John Bartlett, navegador experiente que acompanha a jornada, explicitam que até um esporte individual pode se beneficiar de parcerias inspiradoras.
As dificuldades, retratadas de maneira muito convincente, incluindo águas-vivas e tubarões, ajudam as veteranas a brilharem em seus respectivos papéis, principalmente Annette. Quando clipes da verdadeira Diane são apresentados antes ou depois de uma cena dela, o espectador mal percebe que são pessoas diferentes, comprovando que a atriz dominou sua versão da nadadora, com todos os trejeitos de falar, andar e se portar. Graças a isso, as duas horas de um filme que corria o risco de ser repetitivo e vazio passam voando. Vale especialmente para quem anda precisando de inspiração para correr atrás de sonhos abandonados pela idade ou para transpor qualquer outro desafio pessoal.
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