Começar um novo ano cheio de dinheiro nos bolsos... Não tem preço! Bom, preço tem, mas ainda assim continua sendo melhor do que bolso vazio. Talvez por isso escolhemos Onze Homens e um Segredo para finalizar essa série de filmes na qual selecionamos algumas obras clássicas sobre o Natal e o Ano Novo. E um detalhe importante: nosso último destaque para a passagem de ano é o Onze Homens e um Segredo feito em 2001, com direção de Steven Soderbergh, disponível no streaming pelo HBO Max. Sim, ele é muito melhor, mais divertido, glamouroso, requintado e inteligente do que a versão realizada em 1960. Polêmica à vista!
Sendo bastante breve, não há dúvidas de que Ocean’s Eleven, dirigido em 1960 por Lewis Milestone, é um filme agradável, bem realizado e que praticamente inaugurou um movimento denominado Rat Pack: na verdade, um apelido dado a um grupo de artistas que, entre os anos de 1950 e 1960, faziam enorme sucesso diante do público, dentro e fora do cinema. Eram astros talentosos que atuavam, cantavam, dançavam e ainda eram charmosos e sedutores. Faziam parte Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford e Joey Bishop, entre alguns outros, invariavelmente contracenando juntos. Todos eles aparecem nessa obra de Milestone sobre um grupo de onze homens que planejam assaltar cinco cassinos em Las Vegas numa única noite.
O criativo Steven Soderbergh, considerado um ícone do chamado cinema independente americano, decidiu refilmar o clássico de 1960 com ligeiras mudanças. A mais acertada delas foi alterar o plano original do roubo para apenas um único cassino (um Hotel Cassino), mas em nenhum daqueles que aparecem na versão anterior. O escolhido foi o chiquérrimo Bellagio que, dizem, foi sugestão do ator George Clooney. Muito provavelmente, a estratégia está ligada a custos. Mas fato é que a mudança beneficiou o roteiro, que pôde explorar cada espaço do luxuoso hotel, detalhando cada momento do elaborado plano de assalto dos onze homens.
Tecnologia e engenhosidade
É nesse plano também que a obra de Soderbergh se encontra em posição muito superior à de Milestone. Evidentemente que a principal razão é que o filme de Soderbergh, por ser moderno, tem novas tecnologias à disposição. Mas há sobretudo a engenhosidade das ideias e a habilidade da montagem (assinada por Stephen Mirrione), que faz uso de recursos como flashforward, ou seja, antecipa ao espectador, com imagens, acontecimentos futuros que estão ainda sendo narrados. A junção dessas qualidades faz com que o filme seja dinâmico e eletrizante.
Soderbergh, conhecedor de toda a mítica em torno do badalado Rat Pack, não poderia deixar de lado a formação de um casting no mínimo memorável. Assim, temos George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Andy Garcia, Casey Affleck e Elliott Gould... Ufaaa! E mais Bernie Mac, Carl Reiner, Don Cheadle e Julia Roberts. Todos, sem exceção, dão um verdadeiro show. A presença de cada um é marcante e inesquecível. Mas é claro que não podemos deixar de citar a elegância impecável de Clooney, a sensualidade despojada de Pitt e toda a classe sedutora de Julia Roberts.
Temos aqui, então, um elenco de estrelas dirigido por um mestre da criatividade como Soderbergh, uma história de ação mirabolante que se desenvolve num belíssimo hotel cassino e uma fotografia que explora a confusão de luzes coloridas da efervescente noite em Las Vegas. Ah, o melhor de tudo: um plano de assalto que abarca milhões de dólares, capaz de deixar qualquer um mais do que feliz na passagem de ano... E um plano que dá certo. Pois é, porque no filme original o plano não sai como esperado. Está reclamando de spoiler? Desculpa, mas estamos falando de um filme de 2001 e outro de 1960. Não há como guardar esse segredo por tanto tempo! Apenas veja Onze Homens e um Segredo, de Steven Soderbergh, e divirta-se. Feliz 2024!
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