Quem ainda não se deparou com alguma história de Stephen King? O americano de 76 anos é autor de 65 livros e mais de 200 contos (além de coletâneas, livros de não ficção e roteiros). Uma produção volumosa, já transformada em filmes clássicos como O Iluminado, À Espera de um Milagre e Um Sonho de Liberdade. Mas o destaque aqui vai para uma de suas incursões mais recentes na literatura, também adaptada para o audiovisual: Outsider, obra publicada pela editora Suma e disponível como minissérie no Max (antigo HBO Max).
O suspense mistura investigação policial com elementos sobrenaturais. Uma produção atemporal, que garante um dos melhores trabalhos realizados por King recentemente – não à toa, quatro anos depois de seu lançamento, continua entre as séries mais assistidas do streaming.
O roteiro acompanha Terry Maitland, o treinador de um time de baseball infantil que é preso durante um jogo e tem o caso acompanhado por toda a cidadezinha de Flint, em Oklahoma. Aparentemente exemplar, ele choca a comunidade ao ser acusado de matar um menino de 11 anos.
A questão é que Maitland, vivido pelo ator Jason Bateman, consegue garantir que estava em outro lugar na hora do crime. Então como suas digitais, além de testemunhas, comprovaram que ele era o assassino?
Entre o mundo físico e o sobrenatural
É a partir deste momento que o detetive Ralph Anderson, um alcoolista em fase de recuperação que vive atormentado após a morte do filho, passa a se dedicar à investigação e questionar o que pode ter acontecido.
Outsider esquenta para valer com a chegada de Holly Gibney, uma investigadora que acredita fortemente que há algo de sobrenatural por trás do aparente envolvimento de Maitland no crime. Apesar de coadjuvante aqui, a personagem está presente como protagonista em outros trabalhos recentes de Stephen King, como os livros Mr. Mercedes, Achados e Perdidos e ÚItimo Turno.
Contudo, sua personalidade e história foram bastante alteradas para a série, algo que fez o showrunner Richard Price, responsável pela adaptação do livro para as telas, pedir ao autor para mudar o nome dela e evitar a confusão com fãs do livro. King não deixou, então Price precisou deixar claro: “Esqueça tudo o que você sabia sobre Holly... Esta é minha Holly".
Mesmo com essa particularidade, o seriado não deve nada ao livro. Enquanto o suspense se constrói com o avanço da investigação, Holly e Anderson batem cabeça. Lembra um pouco a dinâmica dos personagens Scully e Mulder em Arquivo X – um é bastante cético, enquanto o outro mantém a mente aberta para eventos inexplicáveis e paranormais. Essa relação e algumas reviravoltas fazem com que o espectador de Outsider descubra a conta gotas o que aconteceu, como faz uma boa série de suspense.
Os dez episódios prometem manter entretido até quem não é muito fã das histórias de Stephen King. Há elementos que agradam tanto aqueles que gostam de histórias de crimes quanto os que amam a possibilidade de um monstro aparecer na tela da televisão. Já para quem é fã do mestre do terror, a fórmula do americano não vai falhar e será território bastante confortável e divertido.
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