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Suspense “Estou Pensando em Acabar com Tudo” é daqueles filmes que bagunçam a mente

Filme Estou Pensando em Acabar com Tudo
Os pais do personagem Jake no filme "Estou Pensando em Acabar com Tudo" reforçam o clima de estranheza. (Foto: Reprodução)

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Estou Pensando em Acabar com Tudo é um filme dirigido por Charlie Kaufman que mergulha em uma atmosfera densa e inquietante desde os primeiros minutos. A história acompanha uma jovem que, mesmo em dúvida sobre seu relacionamento, aceita viajar com o namorado até a fazenda dos pais dele. O que poderia ser uma visita comum se transforma em uma experiência marcada por diálogos longos e filosóficos, situações estranhas e uma sensação constante de deslocamento.

Kaufman constrói a narrativa de forma não linear, brincando com o tempo e a memória, e cria um ambiente em que realidade e imaginação se confundem. Essa abordagem faz com que o espectador se sinta constantemente desafiado, como se estivesse diante de um quebra-cabeça emocional e intelectual.

O resultado é um filme cerebral, sombrio e profundamente interpretativo, que utiliza diálogos longos e filosóficos e uma montagem que desconstrói a linearidade, funcionando como uma experiência sensorial e intelectual que mistura drama, suspense psicológico e arte experimental.

O elenco contribui de maneira decisiva para essa atmosfera. Jessie Buckley transmite vulnerabilidade e força em sua personagem, enquanto Jesse Plemons dá vida a um homem enigmático e introspectivo. Toni Collette e David Thewlis reforçam o clima de estranheza com atuações que transitam entre o cômico e o perturbador, ampliando a sensação de desconforto que permeia toda a obra.

Surrealismo psicológico marca o filme "Estou Pensando em Acabar com Tudo"

O surrealismo psicológico da narrativa é ampliado através do estilo visual. Kaufman intensifica a estranheza com imagens que desafiam a lógica, como o envelhecimento e rejuvenescimento dos pais. Ele também altera elementos concretos do livro no qual o filme é baseado, como transformar a parada na sorveteria na fictícia “Tulsey Town”, completa com jingles e animações que ampliam o surrealismo.

Os temas centrais de solidão e arrependimento, com Jake sendo retratado como alguém preso em suas frustrações, e a instabilidade da memória e identidade tornam-se veículos para essa exploração existencial.

Diferentemente do livro, que culmina em um final explícito sobre Jake, o filme opta por um clímax mais performático, teatral e musical, que sugere a dissolução da identidade do personagem em fantasia. Dessa forma, o diretor do filme convida o público a mergulhar em um labirinto emocional e filosófico, preferindo uma experiência estética e aberta em vez de conduzir o espectador a uma revelação concreta.

  • Estou Pensando em Acabar com Tudo
  • 2020
  • 134 minutos
  • Indicado para maiores de 14 anos
  • Disponível na Netflix

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