Domingo, 11 de agosto, é Dia dos Pais. Selecionei três grandes filmes – muito diferentes entre si – que falam da relação de pai e filho. Um é comédia, dois são dramas. Foram feitos em períodos diferentes, mas todos abordam a paternidade de maneira particular. A lista segue em ordem cronológica.
Ladrões de Bicicleta (Vittorio De Sica, 1948)
Clássico do neorrealismo italiano, inaugurou um tipo de cinema humanista que usa uma realidade histórica dura e atribulada para contar dramas pessoais comoventes. De Sica narra magistralmente alguns dias na vida de Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), pai de uma família pobre na Roma do pós-Segunda Guerra, que busca a bicicleta que lhe foi furtada e que precisa recuperar para trabalhar colando cartazes nos muros da cidade.
Acompanhado do filho Bruno (o carismático Enzo Staiola), Antonio varre Roma em busca da bicicleta, e nessa jornada se conecta emocionalmente com o menino. As cenas de pai e filho andando pela cidade em busca da bicicleta são das mais emocionantes da história do cinema. Uma obra-prima que influenciou incontáveis cineastas, como o britânico Ken Loach e os iranianos Abbas Kiarostami e Asghar Farhadi.
Onde assistir: disponível no Prime Video, Belas Artes à La Carte e Oldflix
Arizona Nunca Mais (Irmãos Coen, 1987)
Segundo filme dirigido, escrito e produzido pelos irmãos Joel e Ethan Coen (o primeiro foi o neo noir sanguinolento Gosto de Sangue, de 1984), Arizona Nunca Mais é uma comédia surrealista e bizarra que revelou ao mundo a estética muito peculiar dos Coen. Nicholas Cage e Holly Hunter fazem um casal bastante atípico – ele um bandido, preso tantas vezes por ela, uma oficial da polícia, que os dois acabam se apaixonando e casando – e que não consegue ter filhos.
No estranho mundo dos Irmãos Coen, a solução desse problema é simples: basta sequestrar um dos cinco bebês recém-nascidos de um milionário do ramo dos móveis domésticos, o que provoca uma caçada aos pais sequestradores. Sob essa trama rocambolesca, os Coen revelam uma tocante história sobre o amor aos filhos e as alegrias da paternidade e da maternidade.
Onde assistir: Disney+
Nebraska (Alexander Payne, 2013)
Alexander Payne é um dos mais talentosos cineastas americanos das últimas duas décadas e tem um trabalho que remete muito ao grande cinema da “Nova Hollywood” da virada dos anos 60 para os 70. Seu mais recente filme, Os Rejeitados (2023), parece ter sido feito em 1971 e lembra obras do cineasta Hal Ashby, como Ensina-me a Viver (1971) e A Última Missão (1973).
Outro excelente filme de Payne é Nebraska, um drama pesado, lindamente filmado em preto e branco, sobre um idoso (Bruce Dern) mentalmente instável, que acredita ser o vencedor de um bilhete premiado no valor de um milhão de dólares, e que convence o filho (Will Forte) a ir com ele ao estado americano de Nebraska receber o tal prêmio. Payne fez um road movie denso e emocionante sobre a reconexão de um pai com o filho. É um dos melhores papeis da carreira de Dern, que ganhou o prêmio de Melhor Ator em Cannes e foi indicado ao Oscar (perdeu para Matthew McConaughey por Clube de Compras de Dallas).
Onde assistir: disponível no Max, e para locação via Claro Video, AppleTV e Amazon.
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