Denunciada por envolvimento na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, Allana Brittes, 18 anos, deixou a Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, região de Curitiba, na tarde desta quarta-feira (7). O alvará de soltura foi expedido pela Justiça pouco antes das 14h, e a jovem deixou o complexo por volta das 14h55.
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Filha de Edison Brittes, assassino confesso do ex-jogador do Coritiba, São Paulo e Botafogo, Allana foi beneficiada por decisão unânime da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desta terça (7), que acatou pedido de habeas corpus impetrado pela defesa.
Allana saiu em um carro acompanhada de seu advogado, sem falar com a imprensa. A saída foi rápida. Como estabelecido no despacho, a ré não poderá se afastar da comarca.
Os advogados não falaram para onde a jovem será levada, mas, extraoficialmente, descarta-se a ida dela para a casa da família, em São José dos Pinhais, onde Daniel começou a ser espancado.
Allana estava presa desde 1º de novembro de 2018. Ela estava na mesma cela que a mãe, Cristiana Brittes, acusada de homicídio no caso. Em abril deste ano, mãe e filha foram transferidas de galeria na própria penitenciária após serem ameaçadas por outras detentas.
Fora da prisão, Allana terá que cumprir medidas cautelares. Ela não vai poder sair de São José dos Pinhais, além de restrição de acesso a bares casas noturnas e terá que se apresenta em período bimestral em juízo. Allana também não poderá ter contato com nenhum dos outros seis réus no caso - incluindo o pai e a mãe.
No pedido de habeas corpus, a defesa argumentava que a prisão de Allana configurava-se como "constrangimento ilegal", uma vez que ela não responde diretamente pela morte do jogador. "Argumenta, ainda, que todas as condutas atribuídas à ré Allana na prefacial são claramente submissas às condutas de seu pai, corréu Edison, não havendo protagonismo individual da peticionária em nenhum dos potenciais crimes que lhe são tributados", alegou a defesa no pedido encaminhado ao STJ.
Allana responde por coação de curso no processo, fraude processual e corrupção de adolescente.
O caso
O corpo do jogador Daniel foi encontrado na manhã do dia 27 de outubro de 2018 em um matagal de São José de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (RMC). A vítima teve o pescoço quase degolado e o pênis decepado.
Antes de ser assassinado, o atleta havia passado a noite na festa de 18 anos de Allana. Depois da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, em Curitiba, o jogador acompanhou a família e outros amigos da jovem para uma outra festa na casa da família Brittes, onde foi espancado e, depois, levado para um matagal em São José dos Pinhais.
Edison Brittes admitiu ter matado o jogador após supostamente tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa, tese que foi descartada pela investigação. Contra Allana pesam as investigações de ter enviado mensagens a duas testemunhas com o intuito de combinar detalhes do caso que seriam dados à polícia. O encontro ocorreu em um shopping no dia seguinte à morte do atleta.
Além da família Brittes, são réus também no processo David Willian da Silva, por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de adolescente; Ygor King (homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de adolescente); Eduardo Henrique da Silva (homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de adolescente); e Evelyn Brisola, que responde em liberdade por denunciação caluniosa, fraude processual e corrupção de adolescente.
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