Rés no processo que apura as circunstâncias do assassinato do jogador Daniel, que completou seis meses no último dia 27 de abril, Cristiana Brittes, 35 anos, e sua filha Allana Brittes, 18 anos, foram transferidas de ala na Penitenciária Feminina do Paraná por ameaças. Elas estão detidas na unidade, que fica em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, desde o dia 8 de novembro do ano passado.
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A transferência, confirmada pelos advogados da família Brittes, ocorreu início do mês passado, após o fim da segunda fase das audiências de instrução e julgamento sobre o caso. Ao voltarem de uma sessão de depoimentos das testemunhas de defesa, as duas teriam sido hostilizadas por detentas da unidade.
Um texto assinado pela direção da Penitenciária Feminina do Paraná menciona que as duas foram recebidas com gritos de “Ih, fora!”. Por isso, a decisão da administração foi mudar mãe e filha de ala “a fim de não expor as acusadas a perigo e não causar agitação das demais presas”.
Tanto Cristiana quanto Allana foram encaminhadas para a galeria A do presídio, local menor e com menos acesso de outras detentas e que abriga, em maioria, presas provisórias. A recomendação impressa no documento é de que as duas sigam nessa ala para “preservar suas integridades físicas, bem como, evitar tumultos e situações indesejáveis junto às demais presas”.
Esse não é o primeiro caso de repercussão envolvendo acusados do caso Daniel que estão presos. No início de março, o réu confesso do assassinato do jogador, Edison Brittes Jr., marido de Cristiana e pai de Allana, recebeu uma proposta para fugir da Casa de Custódia de São José dos Pinhais e, então, foi transferido para a Casa de Custódia de Curitiba. Três semanas depois, dois aparelhos celulares foram encontrados na cela de David Willian Vollero Silva, 18 anos, outro réu. Ele está preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, mas não foi transferido porque não ficou claro a qual dos sete custodiados que dividiam a mesma cela pertenciam os aparelhos.
Apesar de Édison Brittes Jr. ser o assassino confesso do atleta, Cristiana foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por homicídio qualificado por motivo torpe porque, no entendimento dos procuradores, ela estava ciente das possibilidades de Daniel ser morto e não agiu para impedir o crime - tese que é refutada pelos advogados da família. Cristiana também responde por coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor, os mesmos crimes imputados a Allana.
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