Pelo quinto ano seguido, parceria entre uma ONG e uma das maiores redes de salão de beleza de Curitiba vai oferecer cortes gratuitos durante todo o mês de outubro para clientes que doarem pelo menos 20 centímetros de cabelo. As mechas serão usadas na confecção de perucas destinadas a pacientes que perderam o cabelo vítimas de câncer ou de outras doenças que provocam queda capilar, dentro de um projeto que endossa as campanhas de conscientização do Outubro Rosa.
A oferta é no salão Torriton, que participa da campanha desde 2014. Segundo Alessando Ielo, 48 anos, diretor operacional e de marketing da rede, os profissionais engajados também doam a mão de obra para os cortes, que começaram a ser oferecidos diante de um mercado solidário em falta no estado.
Os cortes gratuitos não incluem lavagem e finalização e são oferecidos nas quatro unidades do salão Torriton, às segundas, terças e quartas-feiras. Para conseguir o serviço, é preciso agendar o horário com um dos 51 profissionais engajados no projeto e também atender às regras determinadas.
A doação específica para a confecção de perucas exige pelo menos 20 centímetros de cabelo, que, para o corte, precisa estar limpo e seco. Clientes com cabelos com química ou tingido também podem participar. Todas as informações estão disponíveis no site da campanha.
Campanha
"No primeiro ano, quando a ONG me ligou e perguntou se eu queria participar, eu achei inacreditável que um projeto que funciona no mundo inteiro ainda não tinha aqui. Era difícil pensar que mulheres aqui do Paraná que perdiam o cabelo tinham que ir, no mínimo, até São Paulo para encontrar peruca. Isso pensando em quem podia ir até São Paulo e comprar uma peruca", relembra o diretor.
Nos anos anteriores, o salão fez uma média de 350 cortes para a campanha e a expectativa é manter ou, se melhor, até mesmo superar o número este ano. De acordo Ielo, a confecção de uma peruca pode demandar até quatro doações, dependendo da demanda da paciente.
Idealizadora da ONG à frente do projeto, a Atitude na Cabeça, Suely Maria Baldan explica que a parceria com a rede mantém a premissa de que não é qualquer corte que vale para fazer uma peruca de qualidade. "Para que a gente faça uma peruca de qualidade temos que ir atrás de profissionais responsáveis. Não basta apenas cortar o cabelo. Os profissionais têm que ser treinados para cortar de maneira correta ou as mechas não vão servir para nada", afirma.
Todas as mechas cortadas no salão são enviadas para a ONG, que é quem faz as perucas. A entidade recebe cerca de dois pedidos por dia, de todo o Brasil, e toda o processo é sem custo para a paciente. Até hoje, mais de 5 mil pessoas foram beneficiadas com o projeto.
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